sábado, 4 de abril de 2009



Veja também por onde ando:

http://muraldosescritores.ning.com/

http://recantodasletras.uol.com.br/

Beijos a Todos!!

segunda-feira, 30 de março de 2009

Resposta às regras masculinas: Regras Femininas!

Recebi um e-mail falando de algumas regras masculinas que algum engraçadinho achou criativo de sua parte. Em resposta, preparei um teste bastante interessante para que possam saber que entendemos o recado, mas estou dando o recado feminino rpresentando a mulherada! Para os leigos: quando me refiro às regras femininas, não estou considerando a perda sanguínea mensal!

Querido!

Em resposta a seu dócil e objetivo e-mail sobre as regras masculinas, tenho algo para te dizer; Repare que, respeitando sua capacidade intelectual, também usarei todas as regras enumeradas como número 1, já que você não tem discernimento para entendê-las e nem sabe contar além desse número. Vamos lá:

1 - Sobre olhar peitos e bundas, você tem 2 opções:
a) ( ) Você pode olhar o quanto quiser, mas fará isso SOZINHO, pois homem que não respeita a mulher que está ao seu lado, não a merece; tenha a hombridade de terminar o relacionamento antes e permitir que sua EX tenha o direito de conhecer um homem que a respeite de fato;
b) ( ) O volume das calças masculinas também existem, e podemos dar o troco na mesma moeda, lembre-se disso: certamente, uma mulher ficará lisonjeada ou enojada ao perceber que está sendo "devorada" com os olhares masculinos, mas um homem que perceba o olhar de uma mulher em direção ao volume de sua calça, certamente se encorajará a provar-lhe o que tal volume possa fazer entre 4 paredes. Experimente fazer o teste!

1 - Em relação à tampa do vaso...
a) ( ) Realmente podemos nos calar em relação ao assento erguido, se vocês pararem de reclamar da louça suja sobre a pia: se incomoda, também não reclame! Simplesmente vá lá e lave a louça!
b) ( ) Vocês podem continuar abaixando a tampa e nós poderemos continuar executando tarefas domésticas quando tivermos tempo e saco para isso.

1 - Sábado é dia:
a) ( ) Em que podemos deixá-lo assistir ao futebol, desde que vocês NÃO se incomodem se gastarmos seu dinheiro no shopping
b) ( ) Ou, se preferir, fique com o futebol, mas não reclamem se buscarmos consolo, carinho, atenção e sexo quente com quem se disponha a nos oferecer algo de que necessitamos!

1 - Choro não é chantagem...
a) ( ) Se você não tem sentimentos, respeite os sentimentos da gente;
b) ( ) É só não nos dar motivos para chorar que seremos sempre felizes! Uma mulher que sorri o tempo todo é porque está feliz com seu companheiro!

1 - Compras
a) ( ) Ok. Sem compras! Mas quando sentir fome, prepare NADA para comer na cozinha você mesmo;
b) ( ) Quer uma mulher que não chore? Experimente dar a ela o que ela gostaria de ter. Isso significa abrir a mão, seu pão-duro! (Não foi você que reclamou do choro? Crie meios para que eles não aconteçam!)

1 - Quanto a ser direta:
a) ( ) Até podemos ir direto ao ponto se vocês se dignarem a atender nossas reivindicações.
b) ( ) Somos muito inteligentes e possuimos um ótimo poder de argumentação. Não lute contra a natureza. É inútil. Então, se você não entende uma mulher, procure um homem para se relacionar. Certamente, vocês falarão a mesma língua!

1 - Sobre o SIM e o NÃO:
a) ( ) Se você tem o discernimento sobre o SIM que quer dizer NÃO e o NÃO que quer dizer SIM, sua imposição de regra é ridícula e ineficaz.
b) ( ) Haja como um homem de verdade, que diremos sempre aquilo que realmente queremos e pensamos, sem usar subterfúgios!

1 - Sobre solidariedade e resolução de problemas:
a) ( ) Ok, se não podem nos ajudar, ficaremos com nossas amigas!
b) ( ) Amantes também são ótimos confidentes!

1 - Em relação à dor de cabeça
a) ( ) Por acaso você é médico especialista para contestar uma enxaqueca?
b) ( ) Pague a consulta médica ou faça sexo de qualidade! Certamente se proceder assim, não daremos desculpas como dores de cabeça para justificar a ausência de apetite sexual.

1 - Sobre o que disseram há tempos atrás:
a) ( ) Se querem que desconsideremos o que disseram há tempos atrás, esqueçam também o que dissemos sobre vocês serem gostosos, lindos e maravilhosos. Esqueçam o "EU TE AMO" também. Torna-se obsoleto também para nós.
b) ( ) Geralmente as mulheres têm palavra e esperam o mesmo dos homens. Se vocês não têm palavra para com as mulheres, já sabem que precisam rever seus conceitos em relação a sua opção sexual (Opa! Tô começando a desconfiar...)

1 - Se estamos gordas...
a) ( ) Certamente vocês não estão tão deslumbrantes quanto pensam que estão para nos criticar
b) ( ) Certamente estamos tão infelizes em nosso relacionamento que estamos buscando compensação na comida.

1 - Duplo sentido
a) ( ) Quando vocês querem ferir, não medem as palavras. Então dê um tempo, temos o mesmo direito!
b) ( ) Se sabem que dizer algo com dupla interpretação nos machuca e não querem discussão, então MEÇAM bem suas palavras!


1 - Mandar fazer 2 coisas
a) ( ) Poxa, que decepção! Pensei que tivesse me apaixonado por um homem inteligente! (outra decepção: não existe homem inteligente!)
b) ( ) Por que acha que montei um teste com 2 alternativas???!!

1 - Comercial
a) ( ) Ok, deixaremos nossas perguntas para os comerciais se vocês também respeitarem o horário da novela ou de nosso programa favorito. É um acordo razoável.
b) ( ) Fiquem com seus programas de TV. Ficaremos com alguém que nos ache mais interessante do que a um programa idiota de TV.

1 - Pedro Álvares Cabral
a) ( ) Se você quer citar Pedro Álvares Cabral, lembre-se que ele queria encontrar uma nova rota para as Índias e não para descoberta de um novo território. Foi por acaso que ele descobriu o Brasil. Assemelha-se a suas investidas em querer melhorar a performance na cama e não agradar! Ou ainda: tentar, em vão, encontrar o Ponto G!!
b) Deve ser por isso que ele perdeu uma das naus que ficou à deriva... Assim são as mulheres quando não encontram um homem que esteja a sua altura!


1 - Cores
a) ( ) Que bom que você avisou sobre sua deficiência em identificar coisas simples! Falaremos pau-sa-da-men-te pa-ra nos fa-zer en-ten-der...
b) ( ) Você sabe o que é o alfabeto? Fala minha língua? Do you speaking english? Hablas spanhol?

1 - Pinica??
a) ( ) Coça, se quiserem que pensem que está cheio de chatos!
b) ( ) ótimo! Quando quisermos puxar a calcinha de dentro da bunda, também não reclamem, pois também é algo que incomoda!

1 - Nada
a) ( ) Respondemos NADA quando é inútil tentar explicar o que sentimos a quem não nos entende.
b) ( ) É óbvio que tem algo errado e vocêa sabem disso! Já pensaram em se submeterem a um teste de QI? É só uma sugestão...não estou querendo dizer NADA!

1 - Pergunta errada
a) ( ) Se acham que fazemos a pergunta errada, digam isso! Dentro de nossa avançada capacidade intelectual, achamos que talvez vocês entendam o que queremos dizer!
b) ( ) Não somos nós que erramos a pergunta! São vocês que não acertam as respostas!

1- Roupas
a) ( ) Que bom que vocês avisaram que qualquer coisa que trajarmos está bom. Mas não reclamem dos decotes e saias curtas.
b) ( ) Já que isso não tem importância, da próxima vez sairei nua! Não importa para você, mas para os outros...

1 - Assuntos de Homens: sexo, futebol e carro
a) ( ) Têm razão. É só nisso que vocês pensam. Falaremos de sexo de qualidade, de futebol e coxas de jogadores e dos carros que queremos que voces nos deem.
b) ( ) Não gostou da 1a opção? Relaxem e mudem de assunto, então! Podemos falar de contas a pagar, das dificuldades de trabalhar fora, pagar contas, cuidar de casa, dos filhos e ainda encontrar disposição para o sexo com vocês! Dividam as responsabilidades também!

1 - Roupas Suficientes
a) ( ) Não somos nós que temos roupas demais. São vocês que têm roupas de menos.
b) ( ) Se acham que temos roupas demais, parem de reparar nas roupas das outras que passam na rua. Certamente assim, pararemos de tentar compensar materialmente a falta de tato de vocês e querermos ficar mais bonitas aos seus olhos.

1 - Sapatos demais
a) ( ) Sapato é material de consumo. É sagrado como a dita cerveja de vocês. Nós não reclamamos da quantidade de cerveja que vocês consomem, nem dos gastos inúteis que fazem incrementando o carro de vocês.
b) ( ) Presenteiem-nos com um carro. Dessa forma, pararemos de gastar sola de sapatos e pararemos com esse gasto tão exorbitante. Até poderemos optar por havaianas.

1 - Redondo é forma?
a) ( ) Ok, então não reclamem se ficarmos redondas também. Direitos iguais, "baby".
b) ( ) Redondo não é a única forma de vocês: quadrado também é uma forma. Só não reclamem quando quisermos optar pelo "triângulo amoroso". Também é uma forma...

1 - Quanto a paciência em ler suas regras...
a) ( ) Relaxe, querido! Você também chegou até aqui e conheceu nossas regras!
b) ( ) Não se preocupe em dormir no sofá. É o de menos. Você também pode dormir na casinha do cachorro, no chão duro, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Menos na nossa (ou melhor, MINHA) cama!!!

By Patrícia!! (1x0 para mim!!!!)

terça-feira, 24 de março de 2009

Ingratidões da Vida

"Cada um sabe a dor e a delícia de ser como e quem é", já dizia Caetano Veloso, meu ídolo. Não necessariamente com as mesmas palavras, mas o fato é que não consigo deixar de pensar nas coisas que enfrentamos na vida.

Bastaria nascer em um lar que, no mínimo, suprisse todas as necessidades básicas de um ser humano tido como "normal" (leia-se família: mãe, pai, irmãos, avós, tios, primos que se reúnem, ao menos uma vez ao mês para um almoço e datas comemorativas, que trocam presentes, afetos e gentilezas). Até aqui tudo bem? Na-na-ni-na-nã! Tem mais: Contas a pagar, educação e respeito, uma casa e harmonia entre seus coabitantes. Passar uma infância aprendendo valores e brincando muito. Uma adolescência sadia, sem crise existencial, sem questionamentos, sem sensacionalismo. Uma fase adulta tranquila, com um excelente canudo em mãos e emprego condinzente. Um bom (boa) companheiro (a), casar-se, constituir seu próprio lar, perpetuar a espécie e seguir os passos de nossos genitores. Perfeito? Se fosse verdade sim. Mas não é. Lares perfeitos não existem. Pessoas perfeitas também não.

Não há família sem problemas, nem lares-modelo. Não. Isso é fato. Todos temos defeitos e virtudes sim, e o maior desafio consiste em adaptar-se a essa realidade da vida. Uma espécie de Big Brother da vida real: você não escolhe seus companheiros de jornada, muito menos define um padrão de comportamento adequado aos seus familiares. Até porque você não é dono da verdade. Mas poxa... será que é tão difícil assim vivermos em paz, civilizadamente? Respeitando o espaço e os limites implícitos? Dispensa-se falar que é quase um crime de invasão de privacidade mexer em objetos alheios sem consentimento de seu proprietário, como também é obrigar os outros a fazer o que não quer. Alto lá: não estou criticando os pais que incitam os filhos a estudar, até porque existe investimento e interesse em proporcionar a eles um futuro promissor. Muitas vezes, até oportunizando aos filhos aquilo que não tiveram a chance de possuir. Refiro-me tão somente às escolhas que, muitas vezes, os pais fazem pelos filhos, numa tentativa inconsciente de se realizarem através deles. Isso é transferência de responsabilidade. Somos responsáveis por nós mesmos. Ok, enquanto crianças, não temos muito poder de decisão, mas temos a obrigação de tomarmos posse de nossas próprias vidas e nos responsabilizarmos por isso. Assumir as rédeas de nosso próprio destino e aceitarmos aquilo que for consequência de nossos atos.

É claro que sempre ficam sequelas, cicatrizes irreversíveis, traumas de infância e o inconsciente - que é fdp - e justifica muitas de nossas atitudes e comportamento. É quase como pedir que Elisabeth Fritzl esqueça, em um passe de mágica, tudo aquilo que viveu no confinamento a que foi submetida por quem deveria protegê-la. Um teatro de horrores. Fácil pensar que tudo agora ficará bem. Mentira! Ninguém consegue escapar ileso a tanto sofrimento. Escravidão sexual, abusos constantes e cárcere privado, sem ao menos poder ver a luz do sol. E o pior: os inocentes que foram gerados, frutos do incesto. Impossível não olhar para seus filhos e não lembrar dos horrores a que teve que enfrentar resignada. Humanamente impossível não olhar para seus próprios filhos e não reconhecer neles, traços de seu agressor. Está no sangue. Está no gene. Várias vidas destruídas por um único demente, que poderá ser libertado após cumprir 15 anos de reclusão. É menos tempo do que os 24 anos que Elisabeth permaneceu PRESA com seus filhos, em condições sub humanas, bem piores do que as que seu agressor enfrentará. Injusto, contraditório, indecente, imoral e todos os demais adjetivos depreciativos que houver no dicionário da língua portuguesa, independente de reforma ortográfica. O sentido permanece o mesmo.

Diante dessas adversidades, passamos a olhar para nós mesmos. A vida, o destino, a cruz ou seja lá o nome que se der às situações que somos obrigados a enfrentar, são bem diferentes daquilo que de fato gostaríamos de viver. Entretanto, se olharmos para nós mesmos e compararmos nossa "cruz" com a de outros semelhantes, quase que podemos sentir vergonha de tantas lamentações. Devemos extrair da vida e das pessoas aquilo que elas têm de melhor. Apenas repudio o tipo de pessoa que vê maldade em tudo: são seres humanos desprezíveis. Um pai que dá afeto aos filhos, não pode ser julgado como um pedófilo. O Monstro da Áustria é uma aberração que merecia punição mais severa do que a justiça entendeu que mereça. Não merece perdão divino aquele que atenta contra os designios de Deus. Não merece perdão aquele que não sabe discernir o amor do ódio.

Cada um sabe a dor e a delícia de ser como é. Cada um sabe aonde aperta seu calo. Cada um sabe de si.A diferença não consiste na forma como a vida nos trata, mas sim na maneira como nos comportamos diante dos desafios e ingratidões que ela nos apresenta. Essa é a maior lição que levaremos daqui. Nada mais, nada menos.

domingo, 22 de março de 2009

DIVULGANDO: E-BLOGUE







Atenção blogueiros!
Está no ar o zine virtual E-Blogue.com (http://e-blogue.com/blogs), um espaço voltado única e exclusivamente para a produção artística que usa a internet como principal ferramenta de divulgação.
Envolvendo, a cada edição semanal, cerca de dez artistas de diferentes áreas, o E-Blogue.com mistura literatura, fotografia, desenhos, música, HQs, vídeos, uma pitada de ousadia e uma proposta muito clara: encontrar tudo o que merece ser encontrado na web.

Mas ainda não foi.

Segundo Jana Lauxen, uma das e-ditoras e fundadoras do portal, “existe muita gente boa produzindo e publicando na internet um material incrível. Escritores, desenhistas, músicos, fotógrafos que ainda não encontraram seu espaço nesse mercado tão atulhado e confuso, recorrem à internet para divulgar e até mesmo comercializar o seu trabalho. O problema é que, neste palheiro virtual, muitas vezes os bons se perdem em meios aos médios. Nossa intenção é encontrar os bons”.
Além do zine semanal, o E-Blogue.com ainda envia, todo mês, seu Zine-Mail, com os trabalhos mais comentados das quatro últimas edições.

Por isso, fica o convite aos blogueiros, artistas e arteiros de plantão: o E-Blogue.com tem a ousadia e a pretensão de provar por A + B que a internet também nos reserva grandes e agradáveis surpresas.

E por falar nisso: o que você tem para mostrar?

quinta-feira, 19 de março de 2009

Gostosão - Conto

Gostosão era lindo demais! Até mesmo os homens admitiam que ele era "bem atipado" (pra não confessar que concordavam com os comentários femininos e parecerem "frutinhas").

O fato é que "gostosão" pegava todas. Isso mesmo! TODAS! Mas não segurava nenhuma. Pois é. Seus atributos físicos não ultrapassavam a barreira dos padrões estéticos visuais. Na cama e na vida era um perfeito...fracasso. Muita teoria, pouca prática. Não conseguia entender como podia ser rejeitado para relacionamentos mais profundos pela mulherada. Ele mesmo era superficial e não sabia.

No primeiro contato, impressionava pelo porte atlético e pela aparência impecável. tentou tirar proveito de sua condição, mas tudo o que conseguira, fora queimar seu filme. Sim. As mulheres até se arriscavam prová-lo, mas assim que experimentavam, após saciarem sua curiosidade, se decepcionavam e sumiam do mapa. Gostosão não entendia o porquê. Era lindo, apresentável, com uma condição financeira e intelectual respeitáveis, mas não segurava ninguém! Ao mesmo tempo em que queria todas, ressintia-se por não ter ninguém. Queria exclusividade, embora não se prestasse a oferecer o mesmo.

Passou a chantagear as fêmeas. Foi uma estratégia boba, digna de seu comportamento, mas tentava segurar um pássaro na mão antes de ver todos os outros alçarem vôo. Fazia de tudo para encantar e seduzir, mas não obtinha êxito. Era um coitado, embora não fizesse ideia disso. Inconformava-se com o fato de que saía perdendo para outros homens que julgava inferiores a ele mesmo. Não eram. A grandeza de caráter dos rivais se sobrepunha a sua beleza e casca. Não passava de uma embalagem atrativa, com pouco ou quase nenhum conteúdo.

De tanto escolher, acabou escolhido: pelo destino. Ficou sozinho. A desculpa esfarrapada: era exigente demais. Todos sabiam, mas sentiam pena. Preferiam deixá-lo se iludir a vê-lo na lama. No fundo, o sentimento de piedade era maior do que tudo. E, como se sabe, os homens são solidários. Até mesmo quando são traídos. preferem perder a amada, mas afogar as mágoas em uma garrafa de bebida alcoólica ao lado do traidor. Ou guampudo. Seja lá como for.

O tempo passou e Gostosão pereceu, assim como uma embalagem de biscoitos estragados. A embalagem perdeu o viço e o atrativo, e outros gostosões ocuparam seu lugar. Hoje, gostosão suplica que qualquer uma o queira. Ninguém quer. Deixou de ser o que nunca foi. E arrasta chinelos dentro de sua solitária moradia.

UM HOMEM PRA CHAMAR DE SEU

Quando eu era pequena, lembro perfeitamente dessa canção que deu origem ao título, interpretada de maneira bem-humorada por Erasmo Carlos. Na época, meus ouvidos infantis não registravam o "de seu" e sim, "Dirceu". Ahahahah! Pode rir. Era isso mesmo que eu pensava. "Um homem pra chamar o Dirceu".

Eu ficava divagando sobre quem seria o Dirceu e porque ele era tão importante a ponto de precisar que um HOMEM aparecesse para chamar outro HOMEM. Tudo bem, estou pagando o maior king kong, mas não me importo. Achava que "Dirceu" era o cara! Claro que cresci e meu ouvido musical apurou. E minha percepção também. E passei a entender dos castelos que fantasiava na fase pueril e no píncipe encantado que eu jurava que existia! Eu queria um Dirceu que derrotasse o dragão com sua espada. Até conseguia visualizá-lo, mas sem sucesso em minha busca no mundo real. Até que um dia, na adolescência, ele apareceu... Sim! Lindo e maravilhoso como nos meus sonhos, ou melhor, na imaginação. Foi um amor correspondido, mas ficou no plano platônico. E não foi por falta de oportunidade. Foi porque eu já era rebelde de nascença e com uma personalidade que me fazia pensar: "Ok. Você é lindo. Têm centenas de garotas que adorariam estar no meu lugar. Mais lindas do que eu. Por essa razão, serei diferente. A única que você não conseguirá ter." Até pode parecer masoquismo, mas realmente, fui única por essa razão. Deixei marcas, que em mim, também não passaram indiferentes. Precisava de uma experiência espiritual. Como teria sido? Não sei. Acho que acertei na mosca em não arriscar. Estou ciente de que não existe perfeição.

Mas não pense que desisti de encontrar a cara-metade, ou o meu Dirceu, como preferir. Tudo bem, sempre aparecem algumas imitações baratas pelo caminho. O fato é que não fiz disso uma busca desesperada por um affair. Simplesmente penso que tudo tem sua hora e sua vez. E que nada acontece por acaso. E que tudo o que acontece em nossas vidas, quer seja bom ou ruim, serve para melhorar a vida da gente. E eu comprovei essa teoria: Bingo! Estava certa! O Dirceu é o cara que vai aparecer para salvá-la da fera da solidão no exato momento em que você se sentir sozinha. Vai durar? É pra sempre? Cai na real. Nada é eterno. Nem mesmo eu, nem mesmo você!

Universo Feminino

Mulher é bicho complicado!! Digo isso com propriedade, pois faço parte desse universo contraditório...mas calma! Talvez, por isso mesmo, possa apresentar um pequeno manual de sobrevivência e outro de instrução para poder entender se adaptar a esse comportamento estranho que faz parte do ícone da feminilidade!

Respire aliviado: você não está sozinha. Nem sozinho! Como representante de gênero e após alguma bagagem sentimental, posso dizer que é assim mesmo o relacionamento entre seres tão diferentes:UMA INCÓGNITA! Ok, se pensou que eu fosse apresentar uma solução, "tomou nos dedos"! Pois é, nem eu nem ninguém pode apresentar uma fórmula mágica para a resolução dos problemas, mas digamos assim, indicar algumas atitudes que possam amenizar algumas situações de conflitos. Como diria Jack, o estripador, "vamos por partes".

Em primeiro lugar para ELA: sim, sempre devemos vir em primeiro lugar. Se você é do sexo feminino e discorda dessa opinião, vire a página. Ou melhor, acesse outro blog. Eu estou representando uma categoria, uma ala, tipo partido político que tem diferentes posições, entende? Assim como existem partidos de direita, de esquerda, de centro e o "escambau", eu represento o tipo de mulher que não tem vergonha de admitir suas falhas, pontos fortes e carências. Sim, eu me revelo. E, por essa razão, admito minhas falhas. Sou daquelas que sofre com oscilação de peso (para mais ou para menos), que fuma e fica p... da vida quando sou criticada, sofro de TPM (sim, choro até com comercial de margarina nessa fase), que hoje detesta a cor vermelha, mas amanhã compra um casaco nesse tom, simplesmente porque o modelo era divino, o preço não importou, mas ficou bem em mim. Tenho ciúme de quem se relaciona comigo (no sentido afetivo mais profundo), sou eclética para gêneros musicais e radical em relação à moda. Ontem usei scarpim, hoje sandália rasteira. Isso mesmo! Permito, no alto dos 32 anos de existência, diversificar estilos de acordo com meu estado de espírito e (in)disposição. Sou transparente. Gostei ou não, fica estampado na cara, mais ou menos como se em mim houvesse um letreiro na testa, piscando: *****agradou***** ou ********não agradou***********. Tanto faz. O fato é que sou assim e óbvio que posso mudar! Depende do que EU pensar e permitir que aconteça.

Mudanças não significam fraqueza de caráter, mas sinais de maturidade, já dizia Martha Medeiros. Significa que aprendemos a lidar com alguns melindres que fazem parte do nosso mundo. Posso fazer o tipo visual despojado e cara lavada, ou glamourosa, pintosa, make up caprichado em cima do salto e com uma bolsa VICTOR HUGO a tiracolo. Tudo depende da ocasião e do humor. Não sou bipolar: apenas penso que posso exteriorizar de uma maneira sutil como me sinto e como podem fazer uma leitura de mim. Em um momento, posso me recusar a comer chocolates e ficar na saladinha básica e, em outro, devorar leite condensado, "mamando" direto na lata. Ou caixinha. Posso ser a mulher mais submissa, caliente, apaixonada e carinhosa e, em outro, recusar qualquer afeto e me isolar, suplicando para ficar só. Sim, sou humana. E mulher!

Para a respeitada e cobiçada ala masculina, valem alguns conselhos: sim, rapazes, não esqueci de vocês! Conhece alguma figurinha semelhante? Tá procurando alguma referência, número de RG, CPF ou foto 3x4 de sua consorte, namorada, pretendente, amiga ou afim? Não perca seu tempo! Já disse que represento uma categoria. Ou "catigoria". Sei lá como você pode interpretar. Quer sobreviver? Então, segue algumas dicas:
1°) Somos LINDAS, MARAVILHOSAS! Isso mesmo! Até mais do que a Juliana Paes (é óbvio que conhecemos a verdade quando ela está estampada diante de nós, mas pôxa, finja que concorda!) E não ouse olhar para outra em nossa presença! É humilhante e consiste em risco de vida (ou melhor, de morte!). Para você, certamente!
2°) Temos, dentre várias jogadas de mestre, uma desculpa hormonal: sofremos de TPM. Traduzindo: Tensão pré e pós menstrual. E, em muitos casos, poderia acrescentar outro significado: PERMANENTE! (não é meu caso!UFA!!!!) Nesses períodos, nossos hormônios ficam a mil e nossa sensibilidade fica à flor da pele. se não quer entender, ao menos respeite. Isso é uma verdade inquestionável, e se você não sabe o que representa uma perda sanguínea uma vez ao mês, abstenha-se de comentar. Isso não te pertence!!!
3°) Seja cúmplice! Isso pode se extender desde as quatro paredes ou na divisão de uma calórica pizza ou barra de chocolate. E, vez ou outra, ouça! Sim, de verdade! Se não quiser emitir opinião sobre nossas neuras, ao menos ofereça seus ombros fortes e o aconchego de seus braços para um colo ou carinho protetor. Isso soma pontos e te coloca em posição de vantagem, caso insista na maltida guerra dos sexos.
4°) Eu passaria a ETERNIDADE procurando persuadi-lo e explicando quem e o que somos, mas de nada adiantaria, Você se cansaria. Por isso, vou encerrando por aqui, caso contrário, ficará cansativo e repetitivo. E pior: sem solução. Você também erra, amigo. Sim, cara, você não é dono da verdade. Você pode gostar de ceva, futebol, olhar a bunda da mulherada e coçar o saco. Desculpe o linguajar chulo, mas é a mais pura verdade. Mas você também pode se ofender com essa leitura que estou fazendo dos homens. Alegre-se: se você se julga diferente, é ponto pra você! Entende agora quando digo que represento UMA categoria de mulher? Eu não respondo por todas, mas tão somente por aquelas que se identificam e se enquadram no mesmo perfil. Sorria!

Portanto, se somos bichos complicados vocês também são. Ah, são mesmo! Talvez não falem tanto quanto gostariam porque não lhes deixamos espaço. Ou talvez porque julguem desnecessário ou algo assim. Tudo bem. Mas se você conseguiu chegar até o fim dessas linhas, é porque se procupa com o sentimento feminino e isso já significa subir no conceito feminino. Pelo menos no meu!

sábado, 14 de março de 2009

Estranha Dependência



Não é nada meu, mas merece um post especial.

É Joanna traduzindo Patrícia!

Os créditos são todos dos gênios que montaram esse clip e suas imagens. SHOW!!!

Códigos, Jargões a Abreviaturas




Gente!!!

Eu tenho uma espinha de peixe cravada na garganta há tempos!!! Lembram daquele comercial de TV que mostrava um trabalhador que convivia há anos com uma abelha zunindo dentro do ouvido? Pois é... O objetivo de usar a linguagem conotativa da propaganda era incitar o povo a refletir sobre a consciência do voto. O meu, é sobre o comportamento humano.

Comportamento humano, mais propriamente dito, relacionado à comunicação - ou da maneira oculta que se forja a comunicação. Ou da falta de comunicação. Entendam como quiserem! O fato é que hoje decidi arrancar essa espinha da garganta a qualquer custo! E lembro perfeitamente dos Engenheiros do Hawaii, que embalaram minha adolescência com várias canções, dentre elas: "Toda Forma de Poder". E atire a primeira espinha para dentro da garganta, quem nunca repetiu o famoso refrão: "Eu presto atenção no que eles dizem, mas eles não dizem nada...ié, ié!" Pois é. Gente que diz tudo e não diz nada. Quando assisto o CQC (Custe o que Custar), vejo isso se repetir um monte. E além disso, em nosso cotidiano, quem nunca ficou se sentindo um peixe fora d'água ou a própria espinha do peixe ao tentar se comunicar com pessoas que só utilizam jargões, metáforas ou pior: linguagem codificada para se comunicar? Sabe quando você busca por uma informação para esclarecer suas dúvidas e tem a nítida sensação que após estabelecer algum tipo de contato com a fonte que possa lhe informar,sente uma espécie de frustração, do tipo: "Acho que sou meio lesado, não compreendo o que dizem" ou ainda, volta para casa, com mais dúvidas ainda do que quando foi buscar as ditas informações? Respire aliviado: você não está sozinho!

Quando tinha 9 anos e estava na 4ª série, lembro de um texto que trazia uma mensagem dessas. Não lembro quem era o autor, até porque faz muitos anos,mas uma passagem do texto, dizia: "...as pessoas não gostam de confessar-se ignorantes, mesmo em relação às coisas mais corriqueiras". Olha o nível de leitura aos 9 anos de idade! Não, eu não era tão CDF (nem vou traduzir!) assim, mas fazia parte de um sistema educacional que mais lembrava o clip do Pink Floyd (Another Brick in the wall). Mas eu sobrevivi. Claro que com algumas cicatrizes e sequelas, mas prometi a mim mesma que quando me tornasse professora, agiria de maneira diferente com meus alunos. Às vezes, atingimos um patamar intelectual que nos faz abstrair o pensamento - se ignorasse essa realidade, seria hipócrita - mas sempre deixei bem claro que o que não entendessesm, questionassem. E melhor: que criassem seu próprio glossário no caderno para registrar novos vocábulos. O que quero dizer, é que existem pessoas que A-D-O-R-A-M submeter os outros às humilhações de não entender o que gostariam ou deveriam entender. São os chamados egoístas que fazem questão de reter as informações para si. E fico P... da vida quando me deparo com esse tipo de situação.

Acho graça de jargões próprios da profissão. Isso é muito comum entre médicos que não querem que o paciente saiba o grau de problema que o envolve. Usam os termos técnicos porque sabem que não irão entender. E quando questionam sobre o que isso significa, ouvem mais uma porção de termos técnicos e desistem de fazer mais perguntas. Calam, não por sanar suas dúvidas, mas pelo constrangimento em não entendê-las.No funcionalismo público, não é diferente: é bem pior! Você só se comunica por códigos. Conforme DOE, conforme DOU. (DOE: Diário Oficial do Estado; DOU: Diário Oficial da União). Não pensou em besteira, né? Isso é só um exemplo. Tem muito mais. E os termos técnicos estrangeiros que já se incorporaram ao nosso vocabulário? Qual é o seu entendimento sobre case, feedback, lobby, know-how e etc? Pois é... tem que ler muito para entender o contexto, se não, corre o sério risco de ser considerado um analfabeto contemporâneo. E por aí vai.

Não entendeu ainda? Nem eu. Mas veja pelo lado positivo: você não está só. Não estamos. Mas confesso: consegui "cuspir" para fora a maldita espinha de peixe que estava entalada na garganta.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Demarcando território

Sempre achei graça da maneira como os animais demarcam seu território. Ao fazer "xixi" em determinados locais, estão dando um aviso que poderia ser entendido da seguinte maneira: "Esse é o meu 'quadrado'. Respeite".
Não pude deixar de estabelecer uma comparação com a imposição dos seres humanos em relação ao seu espaço. É claro que ninguém é louco de sair por aí urinando para sinalizar o seu lugar e o limite que se impõe aos outros quanto a manter distância do que é seu por direito. Digamos que também não é necessário "morder" quem ameace ousar atravessar o seu caminho. Muitas vezes o recado é sutil, mas não obstante, possa evoluir para uma advertência mais firme em relação ao respeito hierárquico existente, quer seja no núcleo familiar ou em nosso local de trabalho e, porque não dizer, no próprio contexto social.
Desse modo, tentei entender a delimitação de espaço em relação à política. Enquanto assistia passivamente de braços cruzados, "o circo pegar fogo" - literalmente - era muito cômodo. Para mim e para a maioria dos cidadãos, que pagam seus impostos que alimentam a máquina administrativa - que é eleita pelo processo democrático - representada significativamente pelo povo leigo em relação ao mesmo questionamento que me faço. De quatro em quatro anos, pinta-se um cenário com cores representativas de partidos políticos de situação que estão no poder, num gesto claro de demarcação territorial. Pior: usando o bem público para auto-promoção. E muitos não observam esses detalhes tão significativos de mensagem implícita.
Também gostaria de entender em que critérios consiste a corrida política e a provável derrota diante das urnas. Sim, é óbvio que é por poder e dinheiro, mas tudo isso é realmente maior do que os direitos coletivos? O processo eleitoral é uma das poucas participações do povo. E a escolha dos REPRESENTANTES DESSE POVO repercute na mudança estrutural de um mecanismo administrativo, quer seja a nível municipal, estadual ou federal. Por isso, urge a consciência do voto. E a cobrança por promessas feitas, que não podem ser lançadas como palavras ao vento que se perde na imensidão desse mundão sem fronteiras (epa! Tem fronteiras, sim! Territórios! Desculpem, o veio poético me fez delirar).
Devemos apostar sim, naqueles que podem fazer a diferença. Se não confiamos em ninguém, então façamos nossa parte nos candidatando - isto é, se nos julgarmos aptos e competentes para tal função. E lutar. Muito, mas muito mesmo, em nome daqueles que se representa. Esqueça seus ideais individuais. Você corre o risco de ser eleito, mas não para representar seus interesses particulares, mas sim de uma grande massa que confiar seu voto a você. E esqueça de colocar posição partidária acima do que é melhor para sua comunidade ou população em geral. É melindre besta discordar de projetos que visem a melhoria de muitas coisas apenas por vaidade. Isso é politicagem. Afasta-se do padrão sério do real cenário político que se espera pintar com as cores da democracia. Sem alusão a partidos políticos, mesmo que você venha a representar algum deles.
Somente com uma visão mais humana e digna é que despertaremos a consciência própria e do próximo. Sem urinar ou morder como os animais, que não são dotados de racionalidade como os seres humanos para fazer valer sua posição. Basta apenas assumir seu papel e saber direitinho o que se deve - e não se deve - fazer!

quarta-feira, 11 de março de 2009

FILHOS

Não, isso não é nenhum discurso inflamado sobre comportamento dos filhos. E antes que você desista de ler até o fim, dê um voto de confiança e procure prestar atenção ao verdadeiro sentido que faz jus ao título.

Hoje estava atenta às notícias do Jornal na TV, quando noticiaram que dois bebês foram abandonados em caixas de papelão. Dãã.. novidade! Antes que malhem meu comentário e pressuponham o que vem a seguir, reflitam sobre o próprio pensamento acerca desse tema, porque eu mesma me policiei em relação a isso. É revoltante o abandono de incapaz, passível de punição prevista em Lei, mas pior do que isso é a nossa postura em aceitar o fato como algo corriqueiro. Alto lá! Filho não é brinquedo ou um chinelo velho que quando não queremos mais, jogamos fora. É um ser humano indefeso, que é consequência de nossos atos. Muitos desses atos praticados de modo irresponsável. O fato é que devemos arcar com o peso da responsabilidade de nossas atitudes.

Meu nascimento não estava programado. Aliás, o planejado eram dois filhos, mas eu, a terceira, vim de intrusa. Na época, meus pais cogitaram aborto. Não pensavam na crueldade do ato, mas tão somente na má situação financeira que atravessavam e no medo de não poder sustentar três filhos. Resumo de história: "quem cria dois, cria três". O sonho de ambos era uma menina, pois já tinham dois meninos. Correspondi suas expectativas. Na mesma época, meu pai foi aprovado em concurso público e logo foi promovido no trabalho. As coisas começaram a se tornar favoráveis a eles, que atribuem a Deus as dádivas recebidas, pelo fato de assumirem sua responsabilidade como pais.

Jamais julguei a atitude deles, nem tampouco usei a história para fazer chantagem emocional. Antes, busquei compreendê-los. E agradecê-los pela oportunidade. Sou fruto do amor e isso já me favorece um monte. Muitas pessoas colocam filhos no mundo simplesmente por tesão, sem medir as consequências. Ou abortam, sem dó nem piedade. E há aqueles que abandonam em caixas de papelão. Em contrapartida, existem aqueles que pensam demais e demoram para ter filhos, muitas vezes sem se dar por conta de que o relógio biológico começa a acusar que o prazo de validade está vencendo. Ficam preocupados em ter estabilidade financeira e emocional e protelam o sonho de ter filhos. Outros, simplesmente por alguma razão biológica não podem gerar filhos "in natura" e recorrem a métodos alternativos de concepção e, ainda,há aqueles que adotam. Eu me encaixo na primeira opção. Aos 32 anos, ainda não sou mãe, mas tenho um desejo muito louco de sê-lo. Sonho com o dia em que poderei dar à luz a uma criaturinha que será parte de mim, que vai se desenvolver no aconchego do meu útero e que, quando nascer, encontrará carinho, amor e proteção nos meus braços. Penso naquilo que poderei oferecer a uma criança, não apenas materialmente, mas que contribua para sua formação como pessoa e cidadã. Penso nos casais que adotam filhos rejeitados por pais biológicos e naqueles que fazem de tudo para conceber. Bendigo o amor incondicional que existe dentro do ser humano e que é capaz de se tornar maior do que por si mesmo! Quero fazer parte desse time, de uma maneira ou outra.

E repudio a atitude dos pais que abandonam seus filhos. E isso não significa apenas o crime de aborto ou de jogá-los, após o nascimento, dentro de uma caixa de papelão e deixá-lo a própria sorte. Até porque um bebê não é capaz de se defender sozinho. Mas abomino terminantemente a atitude de abandono de filhos por pais displicentes. Pais que priorizam suas necessidades às necessidades de seus filhos. Pais que fecham os olhos às atitudes erradas dos filhos e que se abstêm de impor-se como autoridade diante dos filhos. Minha experiência como professora não me permite atuar como mãe, embora hoje nos seja transferida também essa função. Toda criança precisa da orientação dos pais, até para discernir o que é certo do que é errado, caso contrário, a vida ensinará da pior maneira possível. A criança de hoje é o adulto de amanhã. Tudo depende do contexto em que estiver inserido. Como diria Vinícius de Moraes, em seu Poema Enjoadinho: "Filhos... Filhos? Melhor não tê-los!Mas se não os temos,como sabê-los?"

As voltas que a vida dá

Há tempos estive pensando em escrever algo significativo sobre as ironias do destino. E pensando bem, uma situação recente reforçou esse desejo de exteriorizar essa reflexão.
No início meio atrapalhado do meu trabalho docente, aos vinte e um anos, me deparei com figurinhas diversas, que quase nunca tive tempo de conhecer a fundo. Via que alguns se dedicavam aos estudos com muito empenho, outros compareciam para bagunçar e outros divagavam, fazendo anotações, desenhos e outras coisas. A professora em mim exigia que prestassem atenção às aulas para aprender os conteúdos, mas a Patrícia, empaticamente, tinha o desejo de se abstrair juntamente com seus alunos e livrar-se da obrigatoriedade em relação aos planejamentos pré-determinados e dar asas à imaginação. Queria conhecer suas realidades, seus desejos e aspirações. O papel de vilã que determina coisas "chatas" a se fazer e o dever me impediam de andar fora dos trilhos, até porque existia uma esfera maior a quem devia prestar contas em relação ao desempenho da turminha. Em todas as situações, porém, havia uma urgência, própria da adolescência, em definir identidades, conquistar seus espaços. Sabia que muitos necessitavam exteriorizar seus sentimentos e dúvidas, mas a pouca idade e experiência não me permitiam invadir esse território, até porque não detinha maturidade suficiente para um aconselhamento correto, e era extremamente recomendada a não proceder de maneira diferente do que exigia a instituição... mas a essência de meu ser, jamais me fizeram deixar de ver a realidade.
Muitas vidas passaram por mim ao longo dos 11 anos de magistério. Sempre fica algo de nós com os outros e dos outros conosco. Hoje, em função diferente da sala de aula, sinto saudades dos meus alunos e sei que eles sentem de mim. Amadureci e trabalhei em lugares diferentes que me deixaram livre para agir como julgava correto em relação aos meus alunos, mas sempre ficou aquele desejo no fundo da alma de poder fazer algo por aqueles que ficaram no passado. O destino me pregou uma peça ao trazer de volta uma de minhas figurinhas: JANAÍNA LAUXEN. Para quem não a conhece, ela é uma escritora de mão cheia e ideias excelentes, e que promete muito ainda. Mais do que promessa, ela já é reconhecida como ESCRITORA PROFISSIONAL, e hoje, com ela, tenho a oportunidade de aprender. E me lembro direitinho daquela loirinha (parece ironia, mas ela é bem mais alta do que eu!),de cabelos cacheados e de grandes e expressivos olhos claros, que vivia rabiscando desenhos e escritas. E nunca fazia o tema! Não gostava de compromissos. Aquilo não era sua praia. Eu até a assustava, anotando o nome na agenda, mas nunca tive coragem de fazer algo para puni-la.. até porque sabia que o conteúdo não era lá tão atrativo. Não naquela fase. E ela sorria, dizendo: "Foi mal, Sôra!" Hoje, minha garotinha cresceu. Tornou-se um mulherão e se descobriu profissionalmente. E, creio eu, que muito pouco do que aprendeu tenha servido para sua vida. Seu potencial estava focado em outra área e, fico extremamente feliz porque ela se encontrou. Em mim, ficou o saudosismo e o desejo de ter contribuído mais, da maneira que realmente desejava. Mas não podia.
Após muitas voltas que a vida dá, tornamos a nos encontrar. E hoje, invertemos os papéis: a aluna passou a ser mestra e a mestra passou a ser aluna. Hoje aprendo com a Jana e é uma delícia ouvir suas ideias e experiências, que ela, humildemente e com a grandeza de espírito que lhe são peculiares, faz questão de compartilhar. E eu faço a lição de casa direitinho (até porque ela não me faz cobrança!). Para quem não sabe, minha "maestra" (professora em espanhol, como eles me chamavam), é Dona Janaína Lauxen, cujo blog tenho satisfação de acompanhar e divulgar através deste espaço: basta clicar no blog da Jana - entre os poucos que acompanho, afinal sou bastante seletiva - e conferir a qualidade de seu trabalho. Na verdade, eu deveria exibir seu linck, mas como estou me adaptando aos poucos às modernidades, vou ter que aprender sozinha esse recurso ou contar mais uma vez com sua ajuda para aprender.
Tenho orgulho em dizer que a Jana lançará seu livro UMA CARTA POR BENJAMIN e eu estou em cólicas para poder ter acesso à obra!
Jana, obrigada, do fundo do coração! Obrigada por voltar a fazer parte da minha vida, pelo passado, presente e, por que não, futuro! Continua firme em seus sonhos, projetos e propósitos. O estrelato é consequência. Você me ensinou mais do que imagina!

Um grande beijo de sua fã

Patrícia

Ops! Você confere e confirma o que eu digo aqui: http://janalauxen.blogspot.com/

sábado, 7 de março de 2009

Age of Aquarius


Música também é cultura e informação!

Hoje quis deixar para vocês uma música muito especial e antiga, que sobreviveu ao tempo pela melodia maravilhosa e mensagem que traz em si na sua composição. Beleza!!! Apreciem sem moderação!

Age Of Aquarius

Era de Aquário

When the moon is in the Seventh House

Quando a lua estiver na sétima casa

And Jupiter aligns with Mars

E jupiter alinhar-se com o marte

Then peace will guide the planets

Então a paz guiará os planetas


And love will steer the stars

E o amor dirigirá as estrelas


This is the dawning of the age of Aquarius

Este é começo da época de aquarius

The age of Aquarius

A época de aquarius


Aquarius! Aquarius!


Harmony and understanding

Harmonia e compreensão

Sympathy and trust abounding

Simpatia e confiança existirá

No more falsehoods or derisions

Não mais falsos ou ridículos

Golding living dreams of visions

Sonhos vivos brilhando as visões

Mystic crystal revelation

Revelação de cristal místicos

And the mind's true liberation

E a liberação da verdadeira mente


Aquarius! Aquarius!


When the moon is in the Seventh House

Quando a lua estiver na sétima casa

And Jupiter aligns with Mars

E jupiter alinhar-se com o marte


Then peace will guide the planets

Então a paz guiará os planetas

And love will steer the stars

E o amor dirigirá as estrelas


This is the dawning of the age of Aquarius

Este é começo da época de aquarius

The age of Aquarius Aquarius!

A época de aquarius

Aquarius,
Aquarius...

DIA INTERNACIONAL DA MULHER


OLÁ, MENINAS!!

PENSEI EM MANDAR UM BELO POWERPOINT COM UMA MENSAGEM QUE PUDESSE HOMENAGEAR
A TODAS AS MULHERES ESPECIAIS QUE FAZEM A DIFERENÇA EM MINHA VIDA.
PORÉM, DEPOIS DE REFLETIR, CHEGUEI À CONCLUSÃO QUE SE ASSIM PROCEDESSE, NÃO SERIA
ALGO VINDO DO MEU CORAÇÃO, ENTÃO DECIDI ESCREVER ALGO PARA DIZER QUE AMO MUITO TODAS
VOCÊS, MESMO QUE NÃO TENHA MUITO TEMPO PARA CONVIVER JUNTO TANTO QUANTO GOSTARIA.
VOCÊS CONQUISTARAM ALGO MUITO DIFÍCIL: MINHA AMIZADE! ISSO NÃO SIGNIFICA QUE EU SEJA
A MELHOR OU A MAIOR... SOU ANTES ALGUÉM QUE QUANDO DECIDE ACOLHER UMA AMIZADE, ELA TEM
QUE SER VERDADEIRA, POIS ESSA É MINHA ESSÊNCIA. SOU TRANSPARENTE EM MEUS SENTIMENTOS, E
SE VOCÊS ME ACEITAM COM MEUS DEFEITOS E VIRTUDES, PASSARAM NO TESTE DE AMIGAS VERDADEIRAS.

QUEM ME CONHECE, SABE QUE NÃO SOU DE MEIAS PALAVRAS... NÃO CHAMO DE AMIGA QUEM NÃO CONSIDERO
DIGNA DESSA CONSIDERAÇÃO. NA VIDA, TEMOS CONHECIDAS, PARCEIRAS E O PIOR: PESSOAS QUE SE DIZEM AMIGAS,
MAS NÃO O SÃO. FAZ PARTE. PROCURO FILTRAR O QUE AS PESSOAS TÊM A OFERECER, E SE ESSA MENSAGEM ESTÁ CHEGANDO ATÉ VOCÊS, SAIBAM QUE AS CONSIDERO AMIGAS DE VERDADE!

AMANHÃ É O DIA INTERNACIONAL DA MULHER. UM CONVITE À REFLEXÃO SOBRE QUEM SOMOS E QUAL É O NOSSO PAPEL DIANTE DA SOCIEDADE E PORQUE NÃO, DO MUNDO. CADA UMA DE NÓS É UM UNIVERSO, COM NOSSAS NEURAS, TPM'S, PAIXÕES E ATITUDES. SOMOS AQUILO QUE SOMOS E NÃO AQUILO QUE DESEJAM QUE SEJAMOS. ATRAVÉS DE NÓS A ESPÉCIE SE PERPETUA, SOMOS O PORTAL DE UMA NOVA VIDA, MANIFESTAÇÃO MAIOR DO AMOR DE DEUS QUE NOS BRINDOU COM A DÁDIVA DE SERMOS MÃES: QUER SEJA DE FILHOS NATURAIS, QUER SEJA DE FILHOS QUE ADOTAMOS NA VIDA.
TUDO TEM UMA RAZÃO DE SER: NOSSA AMIZADE TAMBÉM NÃO É OBRA DO ACASO.

PARA MIM, O CONCEITO DE AMIZADE ENGLOBA NÃO APENAS SOMA DE VALORES, MAS TAMBÉM DIVISÃO: AMIGAS DIVIDEM SEGREDOS, CUMPLICIDADES, ALEGRIAS E POR AÍ VAI. AMIGAS NÃO PROCURAM RESSALTAR OS DEFEITOS DE QUEM JULGAM AMIGAS... ELAS DESTACAM AS QUALIDADES UMAS DAS OUTRAS. A AMIGA VERDADEIRA SOFRE E CHORA, SE EMOCIONA E VIBRA COM OS ACONTECIMENTOS NAS VIDAS UMAS DAS OUTRAS. E O PRINCIPAL: AMIGAS NÃO HUMILHAM, NÃO FAZEM POUCO CASO DOS SENTIMENTOS DAS OUTRAS E SEMPRE, NA MEDIDA DO POSSÍVEL, PROCURAM AJUDAR, NEM QUE SEJAM OUVINDO AS LAMENTAÇÕES ALHEIAS.

PARABÉNS PELO DIA DE CELEBRAÇÃO FEMININA. PARABÉNS E OBRIGADA POR SUA AMIZADE VERDADEIRA!!!!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Another Brick In The Wall

!Apenas mais um tijolo do/ou no muro. Essa é a tradução da música Another Brick In The Wall (Parte II), da Banda Pink Floyd, que faz uma séria crítica ao sistema educacional rígido. E atire a primeira pedra quem nunca ouviu falar da Abordagem Tradicional como método de ensino, ou que nunca tenha ouvido falar na famosa "palmatória" ou "livro-negro". Sou professora. E assino e ensino com orgulho. No momento, longe da sala de aula, em busca de um novo horizonte no âmbito profissional, mas jamais perderei esse olhar: Educação faz parte de mim e vice-versa. É minha essência e jamais abdicarei disso. Acalento a saudade de meus alunos e tenho certeza de que passe o tempo que passar, jamais serei esquecida por eles.Tenho consciência de meu papel e da escolha pela profissão. Abraçar o exercício do magistério é mais do que uma causa nobre: é vestir a camiseta e amar o que se faz. É um trabalho árduo, que exige dedicação extrema e absoluta, com propósitos bem definidos e, acima de tudo, com muita fé. É abrir mão dos momentos de lazer e descanso para corrigir provas e elaborar planejamentos. Participar de projetos e olhar para cada aluno como um serzinho único, como gente que sente, sofre e que também possui desejos e aspirações. E procurar sempre estimulá-lo a ser mais, acreditar em sua capacidade e suscitar no discente o espírito de luta e persistência para sua realização pessoal e profissional. Ter noção de que nosso papel é fundamental na formação das pessoas e que não se restringe à significação de mero repassador de conteúdos. Na verdade, somos mediadores desse conhecimento: a ponte que conduz o educando ao aprendizado. Devemos respeitar suas limitações e exercer mais a empatia. Esse é o educador de fato. Aquele que dedica parte de suas aulas para ouvir o anseio dos jovens e entender que muitas de suas atitudes são reflexos de sua realidade, e não ataque direto ou pessoal. Como se sabe: até mesmo para galgar o mais alto posto hierárquico em qualquer setor da vida pública, é necessário passar por um professor. Nada nem ninguém nos tira essa importância, nem mesmo os baixos salários que não condizem com nossa realidade e volume de trabalho - inclusive fora de expediente. É crer na capacidade de nossos educandos e fazer com que confiem mais em si próprios. Tive uma professora na 4a série que foi em quem me inspirei para a escolha da profissão. Foi a pessoa mais cruel que já conheci. Prometi a mim mesma que quando crescesse me tornaria alguém diferente dela em meu fazer pedagógico. E tive a oportunidade de dizer isso a ela. Não foi por vingança, mas para reflexão. Nunca se desestimula um aluno ou se ri de uma criança. Nunca se aposta que ele nunca será ninguém na vida. Na verdade, a vida dá voltas, e a minha deu um giro que me permitiu ocupar o cargo que essa pessoa almejava e fez todo empenho político possível para conseguir. Como consegui? Resposta: "Quem tem competência se estabelece". E ao contrário do que se pensa, não ri dela. Não sou cretina. Sou antes uma sonhadora, idealista e guerreira. Devo isso a ela, que me desafiou sem saber o que estava fazendo na época. Às vezes, há males que vêm para o bem. E eu procuro sempre extrair o melhor das pessoas. É claro que muitas vezes existem situações desgastantes e que geram stress. Seria hipócrita se omitisse essa verdade. Como disse antes, cada ser é único e especial, e faz parte da vida convivermos com pessoas com diversas personalidades e gênios diferentes. É preciso jogo de cintura para podermos nos relacionar. Ninguém é perfeito: nem eu, nem você. Se queremos ser aceitos com nossas particularidades, precisamos também nos adequar com as peculiaridades dos outros. Só assim, poderemos conviver pacificamente com nossos semelhantes. Não sejamos apenas mais um tijolo da parede. Sejamos antes pessoas que sejam capazes de impedir que muros sejam levantados; que o mundo não tenha barreiras que nos impeçam de ver a verdade diante de nossos olhos. Penso que o que não queremos que nos façam, não façamos os outros. E seguindo o exemplo máximo de democracia: o direito de um, termina onde começa do outro. Devemos criar condições para que as pessoas formem opiniões, afinal, ninguém é dono da verdade: nem mesmo eu que escrevi isso, mas agradeço por ter lido até o final. Significa que aprendeu bem a lição de casa!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Que vez (que vês?)



Acho sensacional o trocadilho feito pelos músicos do grupo Tihuana acerca da composição de uma de suas melhores músicas: Que vês? (ou Que vez). Nela, são possíveis várias interpretações, dentre as quais prefiro ver o que meus olhos e meu coração dita: a vez de todos e como se vê o semelhante.
Recentemente recebi um email que falava sobre a tese em doutorado de um psicólogo que defendia a questão da invisibilidade social. Em oito anos de pesquisa realizada, o especialista comprovou a teoria da invisibilidade social, e a ela atribuiu duas questões chocantes: a indiferença e preconceito. Ele mesmo sentiu na pele essa constatação, ao decidir se passar por um simples gari, despindo-se de sua real condição social, econômica ou intelectual. E foi às ruas comprovar essa dura realidade. Viu pessoas de seu meio acadêmico e de suas relações por ele passarem e não reconhecê-lo, ignorando-o totalmente. Tudo por causa de suas vestes humildes. Entendeu, ao sentir na carne, o significado máximo de que o hábito não faz o monge. Outro ser iluminado - o famoso líder pacifista indiano, Mahatma Ghandi - já havia comprovado essa teoria, quando afirmava que "Uma civilização é julgada pelo tratamento que dispensa às minorias." Ele mesmo, dotado de forte presença de espírito, fora convidado, certa vez, para uma grande festa (ao que me consta, oferecida por um imperador). A história que li há muito tempo, contava que ao chegar ao evento, Ghandi teria sido barrado pelos seguranças por não estar vestido a rigor. Voltou para casa, pôs sua melhor túnica e ao retornar para a festa, jogava os alimentos que lhe eram oferecidos para dentro das mangas, mas não comia nada. Suscitando a curiosidade dos convidados, um deles questionou-o sobre tal atitude, ao que ele respondeu que pensava que 'ele' tivesse sido convidado para a comemoração, e não sua roupa. Por essa razão, quem deveria se alimentar na festa, não era ele e , sim, suas vestes (razão pela qual jogava tudo para dentro das mangas).
Peço licença para citar outras grandes personalidades e suas frases de efeito para que se possa entender melhor o assunto em questão:“O defeito da igualdade é que só a queremos com os nossos superiores.” (Henry Becque). “O filósofo cínico Diógenes foi visto certa vez mendigando de uma estátua. Aos que lhe perguntavam o que fazia, respondia: “Estou treinando para ser rejeitado por homens tão insensíveis quanto esta estátua.” (Margolin) “O homem nasce com as mãos fechadas, mas agoniza com as mãos abertas, porque, ao entrar no mundo, ele deseja agarrar tudo, mas ao deixá-lo, não leva nada consigo” (O Talmud). “O oposto do amor não é o ódio e sim, a indiferença.” (Érico Veríssimo).“O pior pecado contra nosso semelhante não é o de odiá-los, mas de ser indiferentes para com eles. (Bernard Shaw).“O que muda o mundo são as minorias determinadas, com as maiorias acomodadas.” (Maurice Duverger).
O festival de frases de efeito apresentadas serve como reflexão para nos fazer entender que essa transparência (ou invisibilidade social) são problemas que sempre existiram desde que o mundo é mundo. Os humildes que ousaram ir contra os princípios hipócritas e infundados da sociedade, feriram o ego e a vaidade de muitos poderosos e foram assassinados: Jesus Cristo, Martin Luther King, Mahatma Ghandi, Chico Mendes e outros que quiseram lutar por ideais de igualdade e justiça.
O valor dos seres humanos é e sempre foi medido por sua conta bancária ou posição social. "Cada um no seu quadrado", desprezando os menos favorecidos e ignorando por completo o que a maioria desfavorecida tem a dizer; sepultando talentos antes mesmo de vê-los nascer. Castrando a vez daquilo ou daqueles que vês.

COSMOPOLITA

Dar a volta ao mundo e conhecer diversas culturas - e incorporá-las a sua própria cultura - é uma necessidade urgente de um cosmopolita. E não por status ou consumismo, mas pura e simplesmente pela intenção de unificar o pensamento humano através de uma visão global: de que somos cidadãos do mundo e não pertencentes a uma única pátria. Não, não estou voltando as costas ao nosso querido Brasil - brasileiro, muito menos incorporando um discurso estoico em relação à humanidade, mas acho que todos somos seres humanos, oriundos do mesmo cosmos que nos rege. Tampouco pretendo instaurar um discurso político acerca de posição político-partidária - sinceramente, nem filiada a partido político sou. Tudo o que defendo é que extendamos nosso olhar aos outros países e que vivamos uma integração com eles, um mundo sem fronteiras. Viajo muito através do pensamento e da leitura, e juro que adoraria despertar o mesmo senso crítico dos cidadãos que são indiferentes às questões sociais e que se consideram protegidos em sua zona de conforto. Assistem incrédulos aos acontecimentos trágicos do mundo, questionam-se a respeito dos rumos que a humanidade toma, mas permanecem de braços cruzados, acumulando bens para si próprios e esquecendo-se dos menos favorecidos, justificando que nada podem fazer a respeito ( e conformam-se com a ausência de respostas que estão bem diante de seus olhos). Bertold Brecht já dizia que o pior analfabeto que existe é o analfabeto político, que ignora que a origem de todos os males existentes advém justamente de sua incipiência acerca dos fatos, cujo curso trágico fatalmente se encaminha para um desfecho insolúvel.E não me refiro a dar dinheiro ao menor carente que mendiga nos semáforos ou nas portas de supermercados e restaurantes, ou participar de chás beneficentes em prol dos menos favorecidos. Acho que o conceito de política nos envolve mais do que de fato gostaríamos, pois mexe diretamente no bolso dos 'cidadãos'. Enquanto uma minoria se esforça e "dá a mão à palmatória" para defender os direitos inerentes a todos, a maioria só está mesmo preocupada com seu próprio bem estar. São cidadãos de si mesmos.Viajam para o exterior compelidos por um desejo absurdo de ostentação imposto por uma sociedade consumista, a qual fazem questão de participar. Esse é o grande valor a que atribuem a mediocridade de suas vidas: o high society. Não se envolvem profundamente no âmago da questão social. Todo e qualquer fedback que possuem refere-se à aceitação nos clubes sociais em que tanto lutam para pertencerem. Prefiro ser low profile. Nossa integração com o mundo não se limita ao uso dos estrangeirismos que propositalmente usei aqui com a finalidade de provocar. Um dos momentos mais emocionantes que tive o privilégio de viver em minha vida foi do Fórum Mundial de Educação e Fórum Social Mundial. Vi cidadãos de diversos países e localidades, com seus trajes típicos e culturas diversificadas, reunirem-se preocupados com o futuro da humanidade, em busca do diálogo e da compreensão mútua para juntos encontrarem alternativas e soluções para que sejamos mais sensíveis às dores do mundo e, consequentemente, a nós mesmos. Cosmopolitas - cidadãos do mundo. Alguns com recursos para ultrapassarem barreiras e conhecerem outras culturas de corpo presente. Outros, oniscientes, realizando viagens ao redor do mundo sem nunca ter posto o pé pra fora do país, mas todos conectados por um mesmo ideal: promoção da vida humana, sociedade fraterna, justa e igualitária para todos.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Enchendo linguiça

Estou tentando me adaptar às novas regras da reforma ortográfica, mas confesso que reluto um pouco diante da ideia de suprimir algumas acentuações a que já estava acostumada a fazer uso de acordo com as instruções que recebi durante toda a minha vida estudantil e hábitos de leitura. Mais do que isso, implica em vícios na escrita que desenvolvemos ao longo dos anos para estabelecer comunicação. Sei que levará algum tempo até descartar o que levamos anos para dominar na linguagem escrita e, mais do que comércio de livros e acordos políticos, creio que seja um dos reflexos da influência e consolidação do "internetês", esse novo código de comunicação que dia a dia ganha mais adeptos. Considero, como professora de língua portuguesa, um empobrecimento de nosso vocabulário, mas é o inevitável choque de diversidade cultural que os avanços tecnológicos nos trazem. C'est la vie. Agora entendo a relutância de meu pai, que até hoje insiste em escrever a palavra 'môço' (assim mesmo, com acento circunflexo para indicar a tonicidade da sílaba), mesmo decorrido um bom tempo da reforma ortográfica anterior à nova realidade que se apresenta.E, acredito, ainda cometeremos muitos 'erros' até nos adequarmos a essas regras.
Isso remete a um texto que abordei certa vez em uma de minhas aulas no terceiro ano do ensino médio. Lembro-me perfeitamente que os alunos ficavam confusos diante do que se apresentava e reclamavam que certas coisas são melhores de preservar justamente como estão. Transcrevo aqui um pequeno trecho do confuso texto - razão de suas reclamações: "Eis aqui um programa de cinco anos para resolver o problema da falta de autoconfiança do brasileiro na sua capacidade gramatical e ortográfica. Em vez de melhorar o ensino, vamos facilitar as coisas, afinal, o português é difícil demais mesmo. Para não assustar os poucos que sabem escrever, nem deixar mais confusos os que ainda tentam acertar, faremos tudo de forma gradual.

No primeiro ano, o "Ç" vai substituir o "S" e o "C" sibilantes, e o "Z" o "S" suave. Peçoas que açeçam a internet com freqüênçia vão adorar, prinçipalmente os adoleçentes. O "C" duro e o "QU" em que o "U" não é pronunçiado çerão trokados pelo "K", já ke o çom é ekivalente. Iço deve akabar kom a konfuzão, e os teklados de komputador terão uma tekla a menos, olha çó ke koiza prátika e ekonômika.
Haverá um aumento do entuziasmo por parte do públiko no çegundo ano, kuando o problemátiko "H" mudo e todos os acentos, inkluzive o til, seraum eliminados. O "CH" çera çimplifikado para "X" e o "LH" pra "LI" ke da no mesmo e e mais façil. Iço fara kom ke palavras como "onra" fikem 20% mais kurtas e akabara kom o problema de çaber komo çe eskreve xuxu, xa e xatiçe. Da mesma forma, o "G" ço çera uzado kuando o çom for komo em "gordo", e çem o "U" porke naum çera preçizo, ja ke kuando o çom for igual ao de "G" em "tigela", uza-çe o "J" pra façilitar ainda mais a vida da jente.
No terçeiro ano, a açeitaçaum publika da nova ortografia devera atinjir o estajio em ke mudanças mais komplikadas serão poçiveis. O governo vai enkorajar a remoçaum de letras dobradas que alem de desneçeçarias çempre foraum um problema terivel para as peçoas, que akabam fikando kom teror de soletrar. Alem diço, todos konkordaum ke os çinais de pontuaçaum komo virgulas dois pontos kraze aspas e traveçaum tambem çaum difíçeis de uzar e preçizam kair e olia falando çerio já vaum tarde."
E por aí vai. Isso mesmo. O texto que foi escrito por alguma pessoa que não consegui identificar mas que considero fantástica, não só pela boa dose de humor aplicada, mas também por demonstrar que os mecanismos que muitas vezes se criam para facilitar a comunicação são, de certo modo, mais complicações que se criam, nos fazem refletir sobre nosso papel como educadores e a flexibilidade de postura que precisamos ter para não sermos "analfabetos virtuais". Como Coordenadora de Biblioteca Pública, tenho uma grande preocupação diante do acervo que constitui este espaço e que, provavelmente deverá ser descartado por ser considerado obsoleto. Caso sério.E para mostrar que, a exemplo do símbolo do ying yang - nem todo bem é bem e nem todo mal é mal, vou detonar com a imagem de um de meus ídolos maiores - Bill Gates - que, certa vez comentara que o livro seria substituído pelo computador. Importante salientar que para fazer essa colocação, Gates escreveu...um livro! Vê se pode! Pura encheção de linguiça mesmo!
(Obs.: Perceberam que acabei com o trema e me policiei em algumas acentuações? Pois é... confesso que meio a contragosto, mas estou procurando mesmo me adequar às novas regras. Juro!!!)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Caso Eluana e a eutanásia

Prometi a mim mesma que não me manifestaria a respeito do caso Eluana Englaro que continua a alimentar a polêmica e um conflito institucional na Itália, mas diante de várias opiniões que vêm se formando acerca do conturbado tema "eutanásia", não poderia me eximir em deixar de dar minha opinião.
Nem mesmo a intervenção do Vaticano, do Governo de Sílvio Berlusconi e da população foram capazes de impedir sua morte, após 4 dias sem alimentação.Pode até parecer bárbaro, mas há de se analisar o outro lado da questão. A situação da vítima e do pai que há 10 anos lutava para obter na justiça o direito de permitir um fim ao sofrimento da filha.Eluana tinha um corpo fortemente deteriorado face a 17 anos em coma. O estado de vida vegetativa consiste em uma crueldade muito maior do que o alento em permitir que a italiana descansasse em paz. Empatia é a palavra-chave. É muito fácil, em nossa zona de conforto, assistirmos incrédulos ou chocados a uma decisão que, penso eu, foi muito difícil para os pais.Não há amor maior e incondicional do que o de Deus e de nossos genitores e,acredito, se não houvessem recursos para mantê-la viva, Eluana há muito tempo já teria partido desta para melhor, poupando assim o sofrimento de seus familiares em assistirem - impotentes - ao seu fim, num processo demorado e doloroso. Utopia imaginar que voltaria a ser como a bela moça de outrora dos retratos que os jornais sensacionalistas insistem em exibir. Impossível e expendioso à família manter a filha em condições sub-humanas de sobrevivência. Deveríamos voltar nossa atenção e lastimar o fato de milhares de pessoas que morrem de fome todos os dias no continente africano, quase inteiramente excluídos do processo de globalização e de desenvolvimento econômico.Pessoas que há mais de 4 dias não sabem o que é algum tipo de alimento e que ainda assim sobrevivem.Isso sim deveria ser motivo de discussão e busca por soluções.
Quanto ao caso de Eluana, creio que os pais estivessem lutando para atender a um dos últimos desejos da filha. Duvido muito que ela mesma consentiria em ser mantida viva da maneira como estava. Devia sofrer no silêncio profundo de seu coma. Provavelmente, as mesmas pessoas que hoje criticam, jamais se interessaram em visitá-la ou oferecer ajuda à família, que creio, já não possuia recursos financeiros nem condições psicológicas para mantê-la viva para o contentamento alheio.Talvez a preocupação dos pais, em razão da velhice que se aproxima e que inevitavelmente também cerceia suas condições de prestarem quaisquer atendimento à filha tenha influenciado em sua decisão.A morte não é um privilégio ou castigo, mas sim um processo natural da vida e que chega para todos, das mais diversas maneiras. Para uns mais cedo do que para outros, e não estamos acima do bem ou do mal a ponto de julgarmos as atitudes dos outros. Tudo tem uma razão de ser. Mesmo quando pareça não haver coerência para muitos de nós.

Jaboticabas

Recebi através de um e-mail o magnífico texto "Sobre o tempo e jaboticabas" de Ricardo Gondim e, confesso, caiu como uma luva: veio bem ao encontro da atual situação que estou vivenciando. Sabe quando algo parece ter sido escrito direcionado a você? Tentei buscar alguma referência personalizada, do tipo foto 3x4, número de RG ou CPF que identificassem que ele escrevera para mim ou que, por alguma razão, soubesse o que eu estava sentindo. Óbvio que não e, brincadeiras à parte, o texto demonstra uma certa insatisfação com alguns valores às avessas com os quais precisamos conviver. E me fez sentir mais próxima dos mortais - sinal de que não estou tão distante do pensamento de algumas pessoas - sim, sou normal! (ou pelo menos nesse sentido!)
Jaboticaba é minha fruta predileta e,excluíndo-se as piadinhas relacionadas a essa típica fruta brasileira, posso dizer que muito mais do que apreciar os doces frutos pequenos, de casca negra e polpa branca, o favoritismo se dá pela escassez das mesmas ou mesmo pela dificuldade em encontrá-las, já que florescem duas vezes por ano. Na antiga casa em que morava, havia três pés de jaboticabas e era um dos raros momentos em que podia me permitir sentar à sombra dessas árvores, degustar seu sabor e esquecer da rotina intensa de trabalho.Simples assim.
O texto de Gondim tocou-me profundamente pela mensagem que relembrava a história de um menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras ele chupou displicente, mas percebendo que faltavam poucas, roeu até o caroço.Assim me parece que deveria ser nossa postura diante da vida e das pessoas: imaginar que a bacia está meio vazia. Não se trata de uma visão pessimista, mas uma maneira de apreciar o pouco tempo que temos e fazer coisas boas que beneficiem aos outros e a nós mesmos - por tabela. Praticar o bem sem olhar a quem é algo imprescindível no nosso processo de crescimento como seres humanos.A reflexão que o texto nos traz é divina e transcrevo uma das várias passagens que me chamou a atenção: "Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos a limpo”.Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos“. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…"
Dói muito perceber que hoje somos reduzidos a números, cargos hierárquicos ou coisas do gênero que insistem em mascarar nossos verdadeiros valores. Considero cruel os interesses individuais se sobreporem aos interesses coletivos. Ainda bem que ainda existem pessoas que preservam o bom senso e refletem esse valor em suas ações. Essa, sem dúvida, é uma das razões que motivam aqueles que buscam fazer a diferença em seu convívio familiar, escolar, entre amigos ou mesmo no ambiente de trabalho.
Hoje moro em um apartamento, quase não encontro jaboticabas nem mesmo à venda. Também se tornaram raras - tais como as jaboticabas - pessoas que valorizam o SER muito mais do que o TER.
Para encerrar esse momento zen ou nostálgico, reproduzo mais uma passagem que também é uma opinião compartilhada com o autor: "Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus." Sem esquecer, é claro, que quanto mais maduros, mais doces serão os frutos. Assim como as pessoas e o resultado de suas ações.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ponto de Vista de Filha

Recebi uma visita de meu velho e querido pai. Estava em meu local de trabalho e, como no período obstinado de nossas vidas em progredirmos profissionalmente, suas visitas, por mais alegres que sejam, são, por vezes motivos de preocupação.Parece ingrato falar sobre isso, mas não me importo com o julgamento alheio. Deixo essa tarefa para Deus: esse sim parece o mais sensato nesse tipo de ação.
Acontece que dispenso hipocrisias e, casualmente, havia um texto exposto no mural do local onde trabalho (e desenvolvo função de chefia) e que falava sobre a atitude dos filhos em relação aos pais. Era um texto que trazia a reflexão em relação a postura dos filhos com os pais, quando aqueles, já crescidos, começam a contestar ou criticar as atitudes dos pais. Nesse texto, havia uma mensagem dolorosa sobre o sentimento dos pais frente às atitudes dos filhos.Algo sobre idealizarmos em suas figuras nossas referências maiores durante a infância. São nossos heróis, nossos espelhos. Na medida em que crescemos e adquirimos nossos próprios conhecimentos, começamos a questionar os princípios e valores de nossos pais. Percebemos que já não são tão detentores de todo conhecimento e, por vezes, suas atitudes geram um certo constrangimento diante das pessoas. Ora, há de se levar em conta que o contexto vivenciado já pertence a outra geração, mas sem desmerecer o conhecimento e experiência de nossos genitores. Porém, o processo de envelhecimento chega para todos e, com ele, alguns desgastes não percebidos pelos idosos. Nosso desconforto não advém do fato de sentirmos vergonha de nossos velhos pais, mas do fato de vê-los expostos ao ridículo diante do olhar alheio. Sim, parece contraditório iniciar um texto dizendo que a opinião dos outros não me afeta e colocar que esse tipo de situação me inibe. Explico: faça o que quiser a mim, eu mesma me defendo dos ataques, mas não faça aos meus! Parta sempre do princípio que se dói em você uma pedra lançada aos seus, em mim o efeito não é diferente. Defendo e protejo os meus com unhas e dentes!O fator maior que me leva a escrever essa crônica está relacionado ao curioso fato de que todos os textos que já me chegaram às mãos fala dos sentimentos dos pais em relação aos filhos, mas nunca o contrário: a visão dos filhos em relação aos pais. Ignorância minha ou falta de informação, decidi dar minha opinião. Minha e só minha. Pode ser que alguém compactue dessa mesma opinião, mas o fato é que me responsabilizo pelo que digo ou escrevo. Falta de tato ou excesso de sinceridade, dêem o nome que quiser, mas essa é a minha opinião. Mas meu desabafo é direcionado para nossos pais... É doloroso aceitar que o processo natural da vida aproxime-os do fim. Missão cumprida. Difícil assimilar que ainda não chegamos nessa fase, e nossa insipiência em relação a essa etapa da vida, nos desprovêm de informações sobre como nos sentiremos quando atingirmos esse mesmo ápice. E, por falta de comunicação explícita e aberta, instaura-se o nefasto sentimento que distancia os filhos dos pais.
Nunca, em momento algum, subestimarei o conhecimento e experiência de quem me trouxe o mundo. Sou uma filha grata aos meus pais por toda educação, carinho e amor que me proporcionaram ao longo de minha vida. Já não tenho mais mãe, mas o pai é ainda minha fortaleza e amparo em momentos difíceis, e é a ele que sempre recorro quando, já adulta, preciso de "colo" ou de um conselho honesto. Mesmo que às vezes discorde de seu pensamento ou conduta. Mas sei que jamais experimentarei em toda a minha existência um sentimento similar ao seu: amor sincero, puro e despretencioso de qualquer intenção, que consiste em renunciar ao seu próprio bem estar para garantir o meu. E não há palavras ou gestos que retribuam tamanha consideração.(Tenho certeza de que só compreenderei a dimensão de seu sentimento quando tiver meus próprios filhos e, então, comprovarei a tese de que "ser mãe é padecer no paraíso"). É como a prova de choque: nossos pais nos alertam para os perigos de tomarmos uma descarga elétrica se colocarmos o dedo no interruptor ou tomada de luz (eles mesmos já provaram essa sensação). Enquanto não comprovarmos o que de fato é o dito choque, não sossegaremos até experimentar a mesma sensação.Só rogo a Deus para que nunca seja tarde demais para poder expressar todo o meu afeto e gratidão por seus sacrifícios.
Mais do que uma reflexão acerca do olhar de uma filha sobre os pais, considero este um desabafo bem particular.O fato é que eles sempre estarão muitos passos a nossa frente.Não há graduação, pós ou mestrado que nos permita entender seus sentimentos. Isso a escola ou faculdade não ensina. E como não poderia deixar passar em branco, aproveito a ocasião para renovar meus sentimentos ao meu pai, meu ídolo e meu herói através deste espaço. Pai, eu te amo! Isso é para todos saberem!

Bem-vindo(a) ao mundo adulto!!!

Eis que atingimos a maioridade!! Uhuuu!!! Agora sim, podemos chegar tarde em casa (ops, já moramos sozinhos!), deixar o quarto bagunçado (humm...não tem mais ninguém além de mim para arrumar), lavar a louça quando quisermos (oh! de onde surgiram essas baratas??!!), dormir até mais tarde (ai, meu Deus, como pude me atrasar para o trabalho!), fazer altas festas (vou ser expulsa pelos condôminos) e partir em busca de meus ideais (onde estão meus fundamentos?), dizer o que bem quiser (cuidado com os processos, agora responde-se judicialmente!)e, o principal: gastar meu dinheiro do jeito que bem quiser (epa! como tiveram a audácia de cortar meu telefone por falta de pagamento?!)
Bons tempos de nossa infância e adolescência! Aquelas broncas, conselhos e ensinamentos não foram em vão... Tínhamos nossos pais para nos conduzir, resolver nossos problemas e pagar nossas contas! Os pais, realmente, são os únicos e verdadeiros amigos, aqueles em que realmente podemos confiar. Torcem por nossas conquistas e não pensam em articular para nos puxar o tapete! Onde se perdeu aquele idealismo juvenil, cadê, onde foi parar? Será que está escondido em alguma parte da enorme bagunça do quarto? Será que esmorecemos diante das dificuldades encontradas durante o caminho ou pior: será que a realidade está tão distante do que se esperava?
Crescemos... finalmente! Que vontade de dar um soco na cara de quem inventou essa estória de que a fase adulta nos reserva gratas surpresas e realizações! Faltou anexar um manual de sobrevivência no mundo adulto, essa selva de predadores! Bons ideais já não são suficientes! É preciso doutrinar-se, aprender com a infindável maldade humana e, sobretudo, desenvolver anticorpos para defesa de nossas próprias vidas...Por falar nisso, já tomou seu soro antiofídico hoje?
Que ilusão maldita é crescer! Hoje, os sonhos da adolescência estão mais para castelos de areia ou titanic: vemos nosso castelo ruir ou nosso navio naufragar diante das adversidades encontradas: em tudo o que fizemos, sempre devemos analisar o aspecto legal e moral. Ou como diria Léo Jaime: "Será que tudo o que eu faço é ilegal, é imoral ou engorda?!" Na medida em que evoluímos profissionalmente, evolui paralelamente o fato de nos tornarmos visados e despertar invejas e intrigas por parte daqueles que dariam um dedinho para estarem em nosso lugar. Como li algum dia em algum lugar: "Tá com inveja? Corre atrás, baby!" Parece antipático, mas pensando bem...
Um brinde ao mundo adulto! E com café, que é pra ficar bem esperto e não perder o rumo! E cuide-se: há sempre um neurótico que não tem mais nada de útil na vida do que tomar conta da sua! E digo mais: na arquibancada da vida, estão lá, de olho, fazendo figa para que você caia, resvale ou faça qualquer merda para se sentirem menos piores por não terem alcançado o lugar em que você chegou!! E trate de arrumar o seu quarto, poupar mais, estudar e trabalhar: acabou a folga das festas e de dormir até mais tarde!Você queria tanto... Então agora, aproveite!!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Imortal

O que é imortal?
Não, não me refiro à música de Celine Dion, tediosamente traduzida na versão dos irmãos Sandy e Júnior, mas especificamente referindo-me aos ídolos que se transformam em verdadeiros mitos e que se tornam imortais na medida em que despertam o interesse e curiosidade das pessoas.
Ouso referir-me aos ídolos como mito por se tratar, amparada na definição de Joseph Campbell - famoso estudioso norte-americano de mitologia e religião comparativa - para usar o determinado termo.Para ele, "a definição de mito está relacionada a necessidade que os seres humanos têm em comum. Segundo Campbell, eles são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Os mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O mito é o relato, a experiência da vida. Eles ensinam que nós podemos voltar-nos para dentro". Dessa maneira (e para não fugir dessa reflexão que faço em relacionar os ídolos e o conceito de mito no mesmo contexto), relaciono as duas concepções para justificar (ou tentar entender) essa associação. A mistura de solidão,fundo musical emotivo, cerveja e cigarro funcionam como ingredientes ativos para tal tarefa, até mesmo capazes de ocasionar uma combustão de idéias presas no inconsciente e que eclodem conforme a necessidade de exteriorizá-las.
Impressionante que tenha se convencionado entre as pessoas que o conceito de mito - em relação ao objeto de divagação - esteja relacionado à mentes que produziram efeito impactante sobre determinados grupos, quer seja por "osmose", quer seja pelo despertar de opiniões adormecidas (empaticamente falando). O mais incrível é que, ao relacionar determinados ídolos de gerações, percebo que muitos já se encontram 'in memoriam':Bob Marley, Martin Luther King,Che Guevara, Elis Regina, Renato Russo, Cazuza, Raul Seixas e, até mesmo, os irreverentes Mamonas Assassinas. Gente que não teve medo de se expor, de dizer o que pensava, dar o seu recado de uma maneira bem genuína. Ao seu modo. Infelizmente, muitos não foram exemplos primorosos a serem seguidos, por sua forma displicente ou até mesmo radical de ser, ao estilo marginalizado perante os valores impostos pela sociedade. Mesmo assim, seus nomes permanecem imortalizados e sua influência se faz tão notória que sobrevivem até os dias de hoje. O que impressiona é que muitas dessas brilhantes mentes não sobreviveram por muito tempo entre nós. A dúvida que permanece é se, de fato, eram tão especiais que tinham prazo determinado para nos ensinarem algo que nos tornasse melhores em nossas essências, se não suportaram estar à frente de seu tempo ou se o desgosto em não revolucionar o pensamento humano fizeram-lhes desistir da vida e cair em profunda depressão, ocasionando assim, suas mortes prematuras. É claro que ainda existem bons nomes e mentes fenomenais entre nós, mas não se sabe se por resistência ou convencionalismos, tornam-se ícones só mesmo 'pós-mortis'. E deixam de ter seus valores reconhecidos, ainda em vida.
Por tudo isso acima descrito, concluo que imortalidade e mito são conceitos relativos e que todos os que são capazes de desafiar conceitos pré-estabelecidos pela maioria, fazem a diferença e tornam-se mitos, exemplos a serem seguidos e reconhecidos 'in vita' . E não me refiro a suas particularidades, mas às suas idéias para que saibamos entender o sentido de nossas próprias existências e tornar o mundo em que vivemos um lugar mais digno de se viver, desprovido de hipocrisias, medos e egoísmos... O fim se faz igual para todos e cabe a nós decidirmos que legado queremos deixar quando chegar nossa vez - mito? insignificância diante de tudo? Fique à vontade para escolher!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009


Fazendo um retrospecto de minha própria vida, a ela atribui muita luta e esforço por reconhecimento profissional. Como diz o já 'manjado' clichê: "Cansei de ser mais um rostinho bonito, quero ser reconhecida pelo talento". Na sociedade extremamente severa e, muitas vezes, injusta em seus critérios de seleção e por assim dizer, pré-julgamento, sabe-se que é extremamente difícil encontrar espaço para enfrentar a acirrada disputa por um lugar ao sol. Tudo isso resume-se a fazer a diferença.
O reconhecimento de nossas ações advêm do sucesso que eles alcançam pelo crivo de algumas pessoas que já obtiveram certa projeção. Muitas vezes, o orgulho e vaidade pessoais se sobrepoem ao talento de quem começa a trilhar um caminho e que acaba sofrendo um desgaste emocional e impactante diante daqueles que se julgam superiores. Mas sonhar ainda é possível. Independente da proporção do sonho. Como dizem por aí: "o sonho é longo e a realidade é curta". Mas enquanto possuirmos autonomia e direito de pensar, devemos nos render ao que almejamos e lutar para que passem do estágio de idealização para ação. Prática, pura e simplesmente concreta. Para isso, não se pode desistir diante dos primeiros obstáculos. Perseverança, persistência ou recebendo a nomenclatura que receber, precisamos lutar para que se tornem realidade.
Jesus disse ao paralítico: "- Tua fé te curou".A fé não move ou remove montanhas no sentido literal da palavra, mas a insistência de nosso pensamento e nossa força de vontade permitem que se concretizem nossos anseios e que possamos realizar nossos sonhos.
Compactuo com Maria Bethânia, no refrão: "É minha lei, é minha questão/mudar este mundo, cravar este chão". minha questão, meu sonho, meu desafio é tornar o espaço, o reduto onde vivo um lugar melhor de se viver...nem que prá isso, seja preciso vencer muitas guerras por um pouco de paz. Entendo que na vida há sempre prazos a se cumprir e oportunidades imperdíveis. É o que remete o consagrado dito popular: " cavalo encilhado não passa duas vezes". E não quero perder a condução, nem a capacidade de sonhar e realizar!

Bicho de 7 cabeças - 2

Termo que teve origem na mitologia grega, mais precisamente na história da Hidra de Lerna, o monstro de várias cabeças, a expressão designa desde algo muito difícil, perpassando pela máxima "fazer um bicho de 7 cabeças", que assume a acepção conotativa de exagero. Engraçado como não se pode deixar de relacionar com os textos bíblicos, que também fazem referência a tal figura, mas que causa temor e curiosidade. Particularmente, adoro a música postada anteriormente, que recebe o mesmo título, porém na versão instrumental. Também remete ao filme "Bicho de 7 cabeças", que trouxe o excelente ator Rodrigo Santoro na pele de Neto, um rapaz que é internado pelos pais por ter sido pego em flagrante com um baseado no bolso. Exagero ou complicado, tanto faz o significado que se possa atribuir à situação apresentada na sinopse do filme, mas vale dizer que toda vez em que não se sabe lidar com alguma situação, cria-se o referido monstro. Muitas vezes, criamos um verdadeiro monstro internamente..são situações de conflito com as quais, muitas vezes, não temos a hombridade de reconhecer que não sabemos tratar.Realmente não é fácil lidar com fatores surpresas e, caimos na impotência em não sabermos administrar determinadas circunstâncias ou agimos impulsivamente, arcando com conseqüências posteriores (ops, o trema já caiu em desuso!). O que importa é que não podemos julgar as atitudes alheias como um reflexo de nosso pensamento, sob pena de sermos ou interpretarmos atitudes errôneamente. Flexibilidade e empatia são, ao meu ver, palavras-chave. Mesmo assim, não se pode prever o que se passa na mente das pessoas, então é preciso um olhar atento e dogmático sobre a vida e a natureza das pessoas. Muitas vezes ouvi: "Sou assim e não vou mudar. É uma condição de minha personalidade". Prefiro pensar que o maior desafio e a mais nobre ação consiste em doutrinar-se, em lutar contra a própria natureza e, dessa forma, não criar ou até mesmo despertar o bicho de sete cabeças.

Bicho de 7 cabeças - 1

Bicho de Sete Cabeças Zeca Baleiro Composição: Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Renato Rocha Não dá pé Não tem pé, nem cabeça Não tem ninguém que mereça Não tem coração que esqueça Não tem jeito mesmo Não tem dó no peito Não tem nem talvez ter feito O que você me fez desapareça Cresça e desapareça... Não tem dó no peito Não tem jeito Não tem ninguém que mereça Não tem coração que esqueça Não tem pé, não tem cabeça Não dá pé, não é direito Não foi nada Eu não fiz nada disso E você fez Um Bicho de Sete Cabeças... Não dá pé Não tem pé, nem cabeça Não tem ninguém que mereça (Não tem ninguém que mereça) Não tem coração que esqueça (Não tem pé, não tem cabeça) Não tem jeito mesmo Não tem dó no peito (Não dá pé, não é direito) Não tem nem talvez ter feito (Não foi nada, eu não fiz nada disso) O que você me fez desapareça (E você fez um) Cresça e desapareça... (Bicho de Sete Cabeças) Bicho de Sete Cabeças! Bicho de Sete Cabeças! Bicho de Sete Cabeças!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Exploração da Fé Humana

Hoje, ao acessar a internet e checar minha caixa de entrada de mensagens, deparei-me pela enésima vez com um daqueles e-mails encaminhados e não sabia se deletava ou reenviava aos meus contatos. Na dúvida, lembrei-me de algumas orientações recebidas em cursos e decidi deletá-lo, mas confesso, não antes de fazê-lo com um certo receio e até mesmo dose de culpa. Sim, aquela sensação de ter praticado um delito, uma falta descomunal!
Tratava-se de uma comovente mensagem que falava sobre uma bebezinha que necessitava de cuidados especiais, pois apresentava um quadro clínico considerado irreversível. O reenvio da mensagem representava um compromisso moral de prolongar-lhe a vida. Paralela a essa preocupação, lembrei-me do preocupante número de spams e vírus que são transmitidos através da rede por internautas descuidados no envio de e-mails. A "netiqueta" tem algumas regras, dentre elas usar o recurso Cco (cópia carbono oculta), pois há sempre alguém mal intencionado entre os contatos (a dita 'maçã podre', que contamina todas as outras). por essa razão, dei um "excluir" no e-mail a mim repassado e, não para me justificar, mas para fazê-los refletir, decidi expor publicamente o gesto que poderia passar imune.
Atualmente, o mundo parece confuso (tudo bem, não vamos atribuir os problemas ao cosmos ou ambiente em que vivemos: são as pessoas mesmo que parecem confusas). O que acontece é que, muitas vezes, a maldade humana não tem limites... Isso implica em uma descrença por parte do indivíduo. Basta pensar no número de igrejas que têm surgido ultimamente. Curioso como pensar que, em vez de evoluir, o ser humano regride, numa espécie de retorno aos tempos mais remotos. Explico: o discurso é o mesmo da idade média, mais precisamente ao nos remeter ao estilo de época trovadoresco, quando se pregava a teoria do Teocentrismo (Deus como o centro do Universo). Essa visão religiosa era uma maneira de manipular o pensamento humano, ao ponto de interferir no desenvolvimento humano em busca de sua ascensão, sob a alegação de que um dos desígnios de Deus era dividir a humanidade por classes, ou seja, a sociedade era dividida em uma pirâmide hierárquica, com a nobreza no topo, o clero no meio e o povo (ou servos) abaixo. Desse modo, quem havia nascido "fora da realeza", deveria curvar-se à vontade do onipotente e jamais ter a intenção de prosperar ou almejar enriquecer, pois seria severamente castigado pelas leis divinas. O que estava implícito nessa linha de pensamento era o próprio desejo de manter o controle das classes, monopolizando o ser humano diante dessa ameaça e mantendo-se no poder supremo. Não cabe aqui discutir religião ou filosofia, pois essa é uma característica de época constatada nos livros de literatura portuguesa e melhor explanada na História. O que busco desenvolver aqui é uma análise do comportamento humano diante do fator desconhecido: o medo do medo.
O medo ainda mantêm as pessoas sob controle. É a palavra de ordem. Diante de um comportamento considerado inadequado, fora do controle e dos padrões estabelecidos, há sempre uma ameaça que surte efeito diante do intrínseco temor que nos acomete. A simples iminência de perigo nos cerca de defesas que se traduzem em receio, apreensão em relação ao fator surpresa, que não nos dê chance de defesa e absolvição. Se não recebemos a desejável remissão de nossas culpas e pecados, quer seja pela sociedade, quer seja pela justiça, não escapamos do julgamento superior. Essa é a visão da Humanidade.
Deus é amor e amor não se paga. Podemos, sim, ajudar a nossos irmãos mais necessitados, contanto que nós mesmos não nos equiparemos na mesma situação inópia. Penso muito naqueles que pregam a palavra de Deus e que inflingindo castigos e usando o sagrado nome do Altíssimo, exploram através da crença, do medo e da benevolência dos mais humildes a sua própria subsistência e acumulam riquezas, ostentam palácios e freqüentam os melhores restaurantes e viagens ao exterior em nome do Pai. Tudo o que Ele não queria que acontecesse...que tomassem seu santo nome em vão... que os seres humanos, seus filhos, fizessem uso de seu sacrifício para levar vantagem a seu bel prazer... que os direitos individuais se sobrepusessem sobre os direitos coletivos...e que todos os pavores se alastrassem, desde a simples intenção de acolher alguém em casa, confiar nas pessoas ou até mesmo em repassar ou abrir um simples e-mail.

Modismos & Estilos Próprios

Sempre tive a convicta opinião de que a moda é a gente que faz. Cultivo esse pensamento desde a mais tenra idade, como quando usava alguns panos sobrepostos às vestes e "batia" o guarda-roupas de minha mãe. Ia para a escola e no outro dia, sempre havia quem aderisse às minhas idéias extravagantes; quando dava por si, sempre observava que havia seguidoras, adeptas do que viam, sem saber ao certo se aquilo realmente era in ou out. O que importa é dizer que não estava nem um pouco preocupada se estava ditando alguma moda ou não, mas realmente interessada em me sentir bem e dar asas à imaginação (aquela necessidade louca de criar algo diferente).
Já me interessei por moda. Não necessariamente pelo que via, mas por aquilo que imaginava. Até fiz esboços de croquis, mas confesso que meu estilo de desenho estava mais para mangá. Essa era a minha visão sobre moda. Queria usar aquilo que ninguém mais usava. Pouco me importava se alguém com uma visão mais rigorosa (ou apurada) em relação à moda achasse aquilo esquisito (Glória Kalil que me perdoe!), mas sempre gostei de vestir o que me fizesse sentir bem e bonita. Seria hipocrisia de minha parte se dissesse que nunca "babei" pelas bolsas Victor Hugo ou por sandálias da Arezzo. Sim, curvo-me ao design das peças, que me atrai quase que de forma magnética, mas juro que no momento em que vivo, trocaria sem pestanejar esse objeto de desejo a tiracolo ou de mão por uma útil bolsa plástica para carregar mamadeiras e fraldas descartáveis (sim, quero ser mãe), ou as glamourosas sandálias da Arezzo por um confortável par de chinelos ou pelo prazer de andar descalça em casa(salto alto o dia todo no trabalho cansa!). O importante é dizer que o hábito não faz o monge. Continuo a mesma mulher, com os mesmos desejos, pensamentos e neuras, independente do que estiver vestindo. E penso que assim, todos deveriam pensar... mas já fiz testes relacionados a idumentária e constatei o que já sabia: o tratamento varia de acordo não com o fato de você ser quem é, mas dependendo do que você veste!
Outra coisa: saias e vestidos no estilo balonê e sandálias no estilo gladiador podem até ser consideradas fashion no cenário da moda, mas deve-se respeitar a natureza do ser humano: não é legal que as gordinhas façam uso do vestido balonê e também acho estranho sandálias no estilo gladiador nos pés das baixinhas. Por favor, não entendam mal: cada um usa o que quer e o que gosta, essa é a minha bandeira e insisto nessa linha de pensamento: mas faço questão de dar minha opinião "dentro do meu quadrado". Pura e simplesmente minha liberdade de expressão. O que quero dizer é que respeito as diferenças, mas meu estilo "cheinha" e de baixa estatura não combinam com a ditadura da moda atual. Isso me reporta à adolescência, quando estava na fase de construção de identidade. Quando jovens, gostamos de andar em bando e pertencer a alguma tribo. Lembro que quem não usasse "all star" ou roupas e acessórios da "gang", não era filho de bom pai... então, lógico, que a preocupação era andar na moda, nem que pra isso, misturássemos a camiseta verde fosforescente com o tênis rosa pink (contanto que fossem de griffe). Isso é que dava status e indicava em que mundo você vivia! Hoje, observo mais é se a peça é coringa e de boa qualidade.
Não sou mais uma consumidora voraz (graças a Deus já superei essa fase!), até porque o salário de professora não me permite esses luxos. Mas tenho que admitir, que quando a peça me atrai, não me importo em pagar o preço se achar que a aquisição realmente vale a pena (leia-se ter o bom senso de saber se além de bonita, a peça é confortável e se adequa ao meu biotipo). Para mim, o que faz sentido no cenário da moda é sentir-se bem com o que veste... Ao menos, essa é a minha opinião... E viva as diferenças!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Relembrando a fábula da Galinha Ruiva

Em um daqueles momentos informais, eu e uma amiga estávamos em um bate-papo, quando começamos a divagar sobre um fato acontecido e veio à tona uma fábula infantil, a "Fábula da Galinha Ruiva". Para quem não sabe, fábulas são historinhas infantis que trazem animais como personagens, vivendo situações típicas dos seres humanos. E essa, em especial, conta o seguinte episódio: "Um belo dia, a galinha ruiva achou um grãozinho de trigo e resolveu plantá-lo. Pediu a ajuda de outros animais - que considerava amigos seus - para executar o serviço, mas nenhum deles se habilitou a ajudá-la; ao contrário, todos estavam ocupados demais para ajudá-la ou alegaram qualquer desculpa para justificar sua indisponibilidade. Decidida a executar a tarefa, ela mesma plantou, colheu, debulhou e moeu os grãos e transformou-os em farinha, até amassar o pão e assá-lo. Depois de pronto, os outros animais farejaram o agradável aroma de pão recém tirado do forno e foram reivindicar suas fatias, ao que a galinha (que não era boba nem nada!) respondeu: - Fiz todo o processo sozinha e, agora, depois de pronto, vocês acham que merecem algo? Não darei nenhuma fatia, comerei o pão inteirinho sozinha!"
Para muitos, a história pode parecer um exemplo de egoísmo absoluto, mas penso que foi um exemplo de justiça e merecimento. Muitas vezes, pessoas que dão o máximo de si em suas tarefas abdicam de seu tempo livre para fazer aquilo que muitos acham chato e estafante ( o ônus que todo trabalho realizado com afinco produz). Se o resultado supera as expectativas, sempre aparece alguém querendo reivindicar sua fatia, julgando-se merecedor também. Quando as pessoas tomam para si o trabalho realizado por outros, é muito fácil tomar para si idéias, projetos e trabalhos que dependeram de sacrifícios, esforço, dedicação e experiência... Penso que uma sociedade se faz digna e justa quando reconhece o valor e empenho das pessoas que trabalham para fazer a diferença, não visando apenas o seu próprio bem estar, mas apresentando propostas relevantes que sejam benéficas aos demais. Além disso, os louros devem ser concedidos a quem de fato se empenha em fazer aquilo que ninguém mais faz, pois é muito fácil, como diz o adágio popular: "Depois de batizar-se a criança é que sempre aparecem os padrinhos".
Que essa reflexão possa nos fazer pensar mais sobre nossas atitudes e sobre o reconhecimento justo das pessoas que merecem.
Sejamos Gente, Seres Humanos de verdade, sem agir como os animais da fábula. Se quisermos reconhecimento, que façamos por merecer e deixemos a vaidade de lado e creditemos sucesso a quem de fato merece, da mesma forma que, quando auxiliados em alguma tarefa, sejamos justos ao ponto de reconhecer que juntos nos tornamos mais fortes e ofereçamos, gentilmente, 'uma fatia do pão'.
Minha amiga encerrou nossa conversa dizendo que resta o consolo de que enquanto se está sob a vista e se é copiado ou invejado, é sinal de que se está um passo à frente em relação às competências, o que significa servir de modelo para os outros, pois na verdade nada se cria, tudo se copia. E eu acrescentei: - não podemos deixar de creditar que a expressão mencionada é do cientista Antoine-Laurente Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" (definindo, assim, a famosa lei de conservação da matéria em relação às reações químicas) e que mais tarde foi adaptada por Chacrinha, irreverente apresentador de tv nos anos 80, quando ao avaliar a expressão da química, que nada se cria e tudo se transforma, dizia que na televisão nada se transforma, pois o intéprete (apresentador) é eterno na mente dos telespectadores. Isso significa que também ao fazer a análise (ou crítica) em relação ao comportamento de algumas pessoas que não possuem originalidade, também refletimos cuidadosamente sobre as palavras e expressões criadas por alguns e creditadas a outros. E ficamos com o mérito único e exclusivo do que fazemos, como também dividimos o que se cria em conjunto. E tenho dito!