quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Modismos & Estilos Próprios

Sempre tive a convicta opinião de que a moda é a gente que faz. Cultivo esse pensamento desde a mais tenra idade, como quando usava alguns panos sobrepostos às vestes e "batia" o guarda-roupas de minha mãe. Ia para a escola e no outro dia, sempre havia quem aderisse às minhas idéias extravagantes; quando dava por si, sempre observava que havia seguidoras, adeptas do que viam, sem saber ao certo se aquilo realmente era in ou out. O que importa é dizer que não estava nem um pouco preocupada se estava ditando alguma moda ou não, mas realmente interessada em me sentir bem e dar asas à imaginação (aquela necessidade louca de criar algo diferente).
Já me interessei por moda. Não necessariamente pelo que via, mas por aquilo que imaginava. Até fiz esboços de croquis, mas confesso que meu estilo de desenho estava mais para mangá. Essa era a minha visão sobre moda. Queria usar aquilo que ninguém mais usava. Pouco me importava se alguém com uma visão mais rigorosa (ou apurada) em relação à moda achasse aquilo esquisito (Glória Kalil que me perdoe!), mas sempre gostei de vestir o que me fizesse sentir bem e bonita. Seria hipocrisia de minha parte se dissesse que nunca "babei" pelas bolsas Victor Hugo ou por sandálias da Arezzo. Sim, curvo-me ao design das peças, que me atrai quase que de forma magnética, mas juro que no momento em que vivo, trocaria sem pestanejar esse objeto de desejo a tiracolo ou de mão por uma útil bolsa plástica para carregar mamadeiras e fraldas descartáveis (sim, quero ser mãe), ou as glamourosas sandálias da Arezzo por um confortável par de chinelos ou pelo prazer de andar descalça em casa(salto alto o dia todo no trabalho cansa!). O importante é dizer que o hábito não faz o monge. Continuo a mesma mulher, com os mesmos desejos, pensamentos e neuras, independente do que estiver vestindo. E penso que assim, todos deveriam pensar... mas já fiz testes relacionados a idumentária e constatei o que já sabia: o tratamento varia de acordo não com o fato de você ser quem é, mas dependendo do que você veste!
Outra coisa: saias e vestidos no estilo balonê e sandálias no estilo gladiador podem até ser consideradas fashion no cenário da moda, mas deve-se respeitar a natureza do ser humano: não é legal que as gordinhas façam uso do vestido balonê e também acho estranho sandálias no estilo gladiador nos pés das baixinhas. Por favor, não entendam mal: cada um usa o que quer e o que gosta, essa é a minha bandeira e insisto nessa linha de pensamento: mas faço questão de dar minha opinião "dentro do meu quadrado". Pura e simplesmente minha liberdade de expressão. O que quero dizer é que respeito as diferenças, mas meu estilo "cheinha" e de baixa estatura não combinam com a ditadura da moda atual. Isso me reporta à adolescência, quando estava na fase de construção de identidade. Quando jovens, gostamos de andar em bando e pertencer a alguma tribo. Lembro que quem não usasse "all star" ou roupas e acessórios da "gang", não era filho de bom pai... então, lógico, que a preocupação era andar na moda, nem que pra isso, misturássemos a camiseta verde fosforescente com o tênis rosa pink (contanto que fossem de griffe). Isso é que dava status e indicava em que mundo você vivia! Hoje, observo mais é se a peça é coringa e de boa qualidade.
Não sou mais uma consumidora voraz (graças a Deus já superei essa fase!), até porque o salário de professora não me permite esses luxos. Mas tenho que admitir, que quando a peça me atrai, não me importo em pagar o preço se achar que a aquisição realmente vale a pena (leia-se ter o bom senso de saber se além de bonita, a peça é confortável e se adequa ao meu biotipo). Para mim, o que faz sentido no cenário da moda é sentir-se bem com o que veste... Ao menos, essa é a minha opinião... E viva as diferenças!