segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Ponto de Vista de Filha

Recebi uma visita de meu velho e querido pai. Estava em meu local de trabalho e, como no período obstinado de nossas vidas em progredirmos profissionalmente, suas visitas, por mais alegres que sejam, são, por vezes motivos de preocupação.Parece ingrato falar sobre isso, mas não me importo com o julgamento alheio. Deixo essa tarefa para Deus: esse sim parece o mais sensato nesse tipo de ação.
Acontece que dispenso hipocrisias e, casualmente, havia um texto exposto no mural do local onde trabalho (e desenvolvo função de chefia) e que falava sobre a atitude dos filhos em relação aos pais. Era um texto que trazia a reflexão em relação a postura dos filhos com os pais, quando aqueles, já crescidos, começam a contestar ou criticar as atitudes dos pais. Nesse texto, havia uma mensagem dolorosa sobre o sentimento dos pais frente às atitudes dos filhos.Algo sobre idealizarmos em suas figuras nossas referências maiores durante a infância. São nossos heróis, nossos espelhos. Na medida em que crescemos e adquirimos nossos próprios conhecimentos, começamos a questionar os princípios e valores de nossos pais. Percebemos que já não são tão detentores de todo conhecimento e, por vezes, suas atitudes geram um certo constrangimento diante das pessoas. Ora, há de se levar em conta que o contexto vivenciado já pertence a outra geração, mas sem desmerecer o conhecimento e experiência de nossos genitores. Porém, o processo de envelhecimento chega para todos e, com ele, alguns desgastes não percebidos pelos idosos. Nosso desconforto não advém do fato de sentirmos vergonha de nossos velhos pais, mas do fato de vê-los expostos ao ridículo diante do olhar alheio. Sim, parece contraditório iniciar um texto dizendo que a opinião dos outros não me afeta e colocar que esse tipo de situação me inibe. Explico: faça o que quiser a mim, eu mesma me defendo dos ataques, mas não faça aos meus! Parta sempre do princípio que se dói em você uma pedra lançada aos seus, em mim o efeito não é diferente. Defendo e protejo os meus com unhas e dentes!O fator maior que me leva a escrever essa crônica está relacionado ao curioso fato de que todos os textos que já me chegaram às mãos fala dos sentimentos dos pais em relação aos filhos, mas nunca o contrário: a visão dos filhos em relação aos pais. Ignorância minha ou falta de informação, decidi dar minha opinião. Minha e só minha. Pode ser que alguém compactue dessa mesma opinião, mas o fato é que me responsabilizo pelo que digo ou escrevo. Falta de tato ou excesso de sinceridade, dêem o nome que quiser, mas essa é a minha opinião. Mas meu desabafo é direcionado para nossos pais... É doloroso aceitar que o processo natural da vida aproxime-os do fim. Missão cumprida. Difícil assimilar que ainda não chegamos nessa fase, e nossa insipiência em relação a essa etapa da vida, nos desprovêm de informações sobre como nos sentiremos quando atingirmos esse mesmo ápice. E, por falta de comunicação explícita e aberta, instaura-se o nefasto sentimento que distancia os filhos dos pais.
Nunca, em momento algum, subestimarei o conhecimento e experiência de quem me trouxe o mundo. Sou uma filha grata aos meus pais por toda educação, carinho e amor que me proporcionaram ao longo de minha vida. Já não tenho mais mãe, mas o pai é ainda minha fortaleza e amparo em momentos difíceis, e é a ele que sempre recorro quando, já adulta, preciso de "colo" ou de um conselho honesto. Mesmo que às vezes discorde de seu pensamento ou conduta. Mas sei que jamais experimentarei em toda a minha existência um sentimento similar ao seu: amor sincero, puro e despretencioso de qualquer intenção, que consiste em renunciar ao seu próprio bem estar para garantir o meu. E não há palavras ou gestos que retribuam tamanha consideração.(Tenho certeza de que só compreenderei a dimensão de seu sentimento quando tiver meus próprios filhos e, então, comprovarei a tese de que "ser mãe é padecer no paraíso"). É como a prova de choque: nossos pais nos alertam para os perigos de tomarmos uma descarga elétrica se colocarmos o dedo no interruptor ou tomada de luz (eles mesmos já provaram essa sensação). Enquanto não comprovarmos o que de fato é o dito choque, não sossegaremos até experimentar a mesma sensação.Só rogo a Deus para que nunca seja tarde demais para poder expressar todo o meu afeto e gratidão por seus sacrifícios.
Mais do que uma reflexão acerca do olhar de uma filha sobre os pais, considero este um desabafo bem particular.O fato é que eles sempre estarão muitos passos a nossa frente.Não há graduação, pós ou mestrado que nos permita entender seus sentimentos. Isso a escola ou faculdade não ensina. E como não poderia deixar passar em branco, aproveito a ocasião para renovar meus sentimentos ao meu pai, meu ídolo e meu herói através deste espaço. Pai, eu te amo! Isso é para todos saberem!

Bem-vindo(a) ao mundo adulto!!!

Eis que atingimos a maioridade!! Uhuuu!!! Agora sim, podemos chegar tarde em casa (ops, já moramos sozinhos!), deixar o quarto bagunçado (humm...não tem mais ninguém além de mim para arrumar), lavar a louça quando quisermos (oh! de onde surgiram essas baratas??!!), dormir até mais tarde (ai, meu Deus, como pude me atrasar para o trabalho!), fazer altas festas (vou ser expulsa pelos condôminos) e partir em busca de meus ideais (onde estão meus fundamentos?), dizer o que bem quiser (cuidado com os processos, agora responde-se judicialmente!)e, o principal: gastar meu dinheiro do jeito que bem quiser (epa! como tiveram a audácia de cortar meu telefone por falta de pagamento?!)
Bons tempos de nossa infância e adolescência! Aquelas broncas, conselhos e ensinamentos não foram em vão... Tínhamos nossos pais para nos conduzir, resolver nossos problemas e pagar nossas contas! Os pais, realmente, são os únicos e verdadeiros amigos, aqueles em que realmente podemos confiar. Torcem por nossas conquistas e não pensam em articular para nos puxar o tapete! Onde se perdeu aquele idealismo juvenil, cadê, onde foi parar? Será que está escondido em alguma parte da enorme bagunça do quarto? Será que esmorecemos diante das dificuldades encontradas durante o caminho ou pior: será que a realidade está tão distante do que se esperava?
Crescemos... finalmente! Que vontade de dar um soco na cara de quem inventou essa estória de que a fase adulta nos reserva gratas surpresas e realizações! Faltou anexar um manual de sobrevivência no mundo adulto, essa selva de predadores! Bons ideais já não são suficientes! É preciso doutrinar-se, aprender com a infindável maldade humana e, sobretudo, desenvolver anticorpos para defesa de nossas próprias vidas...Por falar nisso, já tomou seu soro antiofídico hoje?
Que ilusão maldita é crescer! Hoje, os sonhos da adolescência estão mais para castelos de areia ou titanic: vemos nosso castelo ruir ou nosso navio naufragar diante das adversidades encontradas: em tudo o que fizemos, sempre devemos analisar o aspecto legal e moral. Ou como diria Léo Jaime: "Será que tudo o que eu faço é ilegal, é imoral ou engorda?!" Na medida em que evoluímos profissionalmente, evolui paralelamente o fato de nos tornarmos visados e despertar invejas e intrigas por parte daqueles que dariam um dedinho para estarem em nosso lugar. Como li algum dia em algum lugar: "Tá com inveja? Corre atrás, baby!" Parece antipático, mas pensando bem...
Um brinde ao mundo adulto! E com café, que é pra ficar bem esperto e não perder o rumo! E cuide-se: há sempre um neurótico que não tem mais nada de útil na vida do que tomar conta da sua! E digo mais: na arquibancada da vida, estão lá, de olho, fazendo figa para que você caia, resvale ou faça qualquer merda para se sentirem menos piores por não terem alcançado o lugar em que você chegou!! E trate de arrumar o seu quarto, poupar mais, estudar e trabalhar: acabou a folga das festas e de dormir até mais tarde!Você queria tanto... Então agora, aproveite!!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Imortal

O que é imortal?
Não, não me refiro à música de Celine Dion, tediosamente traduzida na versão dos irmãos Sandy e Júnior, mas especificamente referindo-me aos ídolos que se transformam em verdadeiros mitos e que se tornam imortais na medida em que despertam o interesse e curiosidade das pessoas.
Ouso referir-me aos ídolos como mito por se tratar, amparada na definição de Joseph Campbell - famoso estudioso norte-americano de mitologia e religião comparativa - para usar o determinado termo.Para ele, "a definição de mito está relacionada a necessidade que os seres humanos têm em comum. Segundo Campbell, eles são histórias da nossa vida, da nossa busca da verdade, da busca do sentido de estarmos vivos. Os mitos são pistas para as potencialidades espirituais da vida humana, daquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O mito é o relato, a experiência da vida. Eles ensinam que nós podemos voltar-nos para dentro". Dessa maneira (e para não fugir dessa reflexão que faço em relacionar os ídolos e o conceito de mito no mesmo contexto), relaciono as duas concepções para justificar (ou tentar entender) essa associação. A mistura de solidão,fundo musical emotivo, cerveja e cigarro funcionam como ingredientes ativos para tal tarefa, até mesmo capazes de ocasionar uma combustão de idéias presas no inconsciente e que eclodem conforme a necessidade de exteriorizá-las.
Impressionante que tenha se convencionado entre as pessoas que o conceito de mito - em relação ao objeto de divagação - esteja relacionado à mentes que produziram efeito impactante sobre determinados grupos, quer seja por "osmose", quer seja pelo despertar de opiniões adormecidas (empaticamente falando). O mais incrível é que, ao relacionar determinados ídolos de gerações, percebo que muitos já se encontram 'in memoriam':Bob Marley, Martin Luther King,Che Guevara, Elis Regina, Renato Russo, Cazuza, Raul Seixas e, até mesmo, os irreverentes Mamonas Assassinas. Gente que não teve medo de se expor, de dizer o que pensava, dar o seu recado de uma maneira bem genuína. Ao seu modo. Infelizmente, muitos não foram exemplos primorosos a serem seguidos, por sua forma displicente ou até mesmo radical de ser, ao estilo marginalizado perante os valores impostos pela sociedade. Mesmo assim, seus nomes permanecem imortalizados e sua influência se faz tão notória que sobrevivem até os dias de hoje. O que impressiona é que muitas dessas brilhantes mentes não sobreviveram por muito tempo entre nós. A dúvida que permanece é se, de fato, eram tão especiais que tinham prazo determinado para nos ensinarem algo que nos tornasse melhores em nossas essências, se não suportaram estar à frente de seu tempo ou se o desgosto em não revolucionar o pensamento humano fizeram-lhes desistir da vida e cair em profunda depressão, ocasionando assim, suas mortes prematuras. É claro que ainda existem bons nomes e mentes fenomenais entre nós, mas não se sabe se por resistência ou convencionalismos, tornam-se ícones só mesmo 'pós-mortis'. E deixam de ter seus valores reconhecidos, ainda em vida.
Por tudo isso acima descrito, concluo que imortalidade e mito são conceitos relativos e que todos os que são capazes de desafiar conceitos pré-estabelecidos pela maioria, fazem a diferença e tornam-se mitos, exemplos a serem seguidos e reconhecidos 'in vita' . E não me refiro a suas particularidades, mas às suas idéias para que saibamos entender o sentido de nossas próprias existências e tornar o mundo em que vivemos um lugar mais digno de se viver, desprovido de hipocrisias, medos e egoísmos... O fim se faz igual para todos e cabe a nós decidirmos que legado queremos deixar quando chegar nossa vez - mito? insignificância diante de tudo? Fique à vontade para escolher!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009


Fazendo um retrospecto de minha própria vida, a ela atribui muita luta e esforço por reconhecimento profissional. Como diz o já 'manjado' clichê: "Cansei de ser mais um rostinho bonito, quero ser reconhecida pelo talento". Na sociedade extremamente severa e, muitas vezes, injusta em seus critérios de seleção e por assim dizer, pré-julgamento, sabe-se que é extremamente difícil encontrar espaço para enfrentar a acirrada disputa por um lugar ao sol. Tudo isso resume-se a fazer a diferença.
O reconhecimento de nossas ações advêm do sucesso que eles alcançam pelo crivo de algumas pessoas que já obtiveram certa projeção. Muitas vezes, o orgulho e vaidade pessoais se sobrepoem ao talento de quem começa a trilhar um caminho e que acaba sofrendo um desgaste emocional e impactante diante daqueles que se julgam superiores. Mas sonhar ainda é possível. Independente da proporção do sonho. Como dizem por aí: "o sonho é longo e a realidade é curta". Mas enquanto possuirmos autonomia e direito de pensar, devemos nos render ao que almejamos e lutar para que passem do estágio de idealização para ação. Prática, pura e simplesmente concreta. Para isso, não se pode desistir diante dos primeiros obstáculos. Perseverança, persistência ou recebendo a nomenclatura que receber, precisamos lutar para que se tornem realidade.
Jesus disse ao paralítico: "- Tua fé te curou".A fé não move ou remove montanhas no sentido literal da palavra, mas a insistência de nosso pensamento e nossa força de vontade permitem que se concretizem nossos anseios e que possamos realizar nossos sonhos.
Compactuo com Maria Bethânia, no refrão: "É minha lei, é minha questão/mudar este mundo, cravar este chão". minha questão, meu sonho, meu desafio é tornar o espaço, o reduto onde vivo um lugar melhor de se viver...nem que prá isso, seja preciso vencer muitas guerras por um pouco de paz. Entendo que na vida há sempre prazos a se cumprir e oportunidades imperdíveis. É o que remete o consagrado dito popular: " cavalo encilhado não passa duas vezes". E não quero perder a condução, nem a capacidade de sonhar e realizar!

Bicho de 7 cabeças - 2

Termo que teve origem na mitologia grega, mais precisamente na história da Hidra de Lerna, o monstro de várias cabeças, a expressão designa desde algo muito difícil, perpassando pela máxima "fazer um bicho de 7 cabeças", que assume a acepção conotativa de exagero. Engraçado como não se pode deixar de relacionar com os textos bíblicos, que também fazem referência a tal figura, mas que causa temor e curiosidade. Particularmente, adoro a música postada anteriormente, que recebe o mesmo título, porém na versão instrumental. Também remete ao filme "Bicho de 7 cabeças", que trouxe o excelente ator Rodrigo Santoro na pele de Neto, um rapaz que é internado pelos pais por ter sido pego em flagrante com um baseado no bolso. Exagero ou complicado, tanto faz o significado que se possa atribuir à situação apresentada na sinopse do filme, mas vale dizer que toda vez em que não se sabe lidar com alguma situação, cria-se o referido monstro. Muitas vezes, criamos um verdadeiro monstro internamente..são situações de conflito com as quais, muitas vezes, não temos a hombridade de reconhecer que não sabemos tratar.Realmente não é fácil lidar com fatores surpresas e, caimos na impotência em não sabermos administrar determinadas circunstâncias ou agimos impulsivamente, arcando com conseqüências posteriores (ops, o trema já caiu em desuso!). O que importa é que não podemos julgar as atitudes alheias como um reflexo de nosso pensamento, sob pena de sermos ou interpretarmos atitudes errôneamente. Flexibilidade e empatia são, ao meu ver, palavras-chave. Mesmo assim, não se pode prever o que se passa na mente das pessoas, então é preciso um olhar atento e dogmático sobre a vida e a natureza das pessoas. Muitas vezes ouvi: "Sou assim e não vou mudar. É uma condição de minha personalidade". Prefiro pensar que o maior desafio e a mais nobre ação consiste em doutrinar-se, em lutar contra a própria natureza e, dessa forma, não criar ou até mesmo despertar o bicho de sete cabeças.

Bicho de 7 cabeças - 1

Bicho de Sete Cabeças Zeca Baleiro Composição: Zé Ramalho, Geraldo Azevedo e Renato Rocha Não dá pé Não tem pé, nem cabeça Não tem ninguém que mereça Não tem coração que esqueça Não tem jeito mesmo Não tem dó no peito Não tem nem talvez ter feito O que você me fez desapareça Cresça e desapareça... Não tem dó no peito Não tem jeito Não tem ninguém que mereça Não tem coração que esqueça Não tem pé, não tem cabeça Não dá pé, não é direito Não foi nada Eu não fiz nada disso E você fez Um Bicho de Sete Cabeças... Não dá pé Não tem pé, nem cabeça Não tem ninguém que mereça (Não tem ninguém que mereça) Não tem coração que esqueça (Não tem pé, não tem cabeça) Não tem jeito mesmo Não tem dó no peito (Não dá pé, não é direito) Não tem nem talvez ter feito (Não foi nada, eu não fiz nada disso) O que você me fez desapareça (E você fez um) Cresça e desapareça... (Bicho de Sete Cabeças) Bicho de Sete Cabeças! Bicho de Sete Cabeças! Bicho de Sete Cabeças!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Exploração da Fé Humana

Hoje, ao acessar a internet e checar minha caixa de entrada de mensagens, deparei-me pela enésima vez com um daqueles e-mails encaminhados e não sabia se deletava ou reenviava aos meus contatos. Na dúvida, lembrei-me de algumas orientações recebidas em cursos e decidi deletá-lo, mas confesso, não antes de fazê-lo com um certo receio e até mesmo dose de culpa. Sim, aquela sensação de ter praticado um delito, uma falta descomunal!
Tratava-se de uma comovente mensagem que falava sobre uma bebezinha que necessitava de cuidados especiais, pois apresentava um quadro clínico considerado irreversível. O reenvio da mensagem representava um compromisso moral de prolongar-lhe a vida. Paralela a essa preocupação, lembrei-me do preocupante número de spams e vírus que são transmitidos através da rede por internautas descuidados no envio de e-mails. A "netiqueta" tem algumas regras, dentre elas usar o recurso Cco (cópia carbono oculta), pois há sempre alguém mal intencionado entre os contatos (a dita 'maçã podre', que contamina todas as outras). por essa razão, dei um "excluir" no e-mail a mim repassado e, não para me justificar, mas para fazê-los refletir, decidi expor publicamente o gesto que poderia passar imune.
Atualmente, o mundo parece confuso (tudo bem, não vamos atribuir os problemas ao cosmos ou ambiente em que vivemos: são as pessoas mesmo que parecem confusas). O que acontece é que, muitas vezes, a maldade humana não tem limites... Isso implica em uma descrença por parte do indivíduo. Basta pensar no número de igrejas que têm surgido ultimamente. Curioso como pensar que, em vez de evoluir, o ser humano regride, numa espécie de retorno aos tempos mais remotos. Explico: o discurso é o mesmo da idade média, mais precisamente ao nos remeter ao estilo de época trovadoresco, quando se pregava a teoria do Teocentrismo (Deus como o centro do Universo). Essa visão religiosa era uma maneira de manipular o pensamento humano, ao ponto de interferir no desenvolvimento humano em busca de sua ascensão, sob a alegação de que um dos desígnios de Deus era dividir a humanidade por classes, ou seja, a sociedade era dividida em uma pirâmide hierárquica, com a nobreza no topo, o clero no meio e o povo (ou servos) abaixo. Desse modo, quem havia nascido "fora da realeza", deveria curvar-se à vontade do onipotente e jamais ter a intenção de prosperar ou almejar enriquecer, pois seria severamente castigado pelas leis divinas. O que estava implícito nessa linha de pensamento era o próprio desejo de manter o controle das classes, monopolizando o ser humano diante dessa ameaça e mantendo-se no poder supremo. Não cabe aqui discutir religião ou filosofia, pois essa é uma característica de época constatada nos livros de literatura portuguesa e melhor explanada na História. O que busco desenvolver aqui é uma análise do comportamento humano diante do fator desconhecido: o medo do medo.
O medo ainda mantêm as pessoas sob controle. É a palavra de ordem. Diante de um comportamento considerado inadequado, fora do controle e dos padrões estabelecidos, há sempre uma ameaça que surte efeito diante do intrínseco temor que nos acomete. A simples iminência de perigo nos cerca de defesas que se traduzem em receio, apreensão em relação ao fator surpresa, que não nos dê chance de defesa e absolvição. Se não recebemos a desejável remissão de nossas culpas e pecados, quer seja pela sociedade, quer seja pela justiça, não escapamos do julgamento superior. Essa é a visão da Humanidade.
Deus é amor e amor não se paga. Podemos, sim, ajudar a nossos irmãos mais necessitados, contanto que nós mesmos não nos equiparemos na mesma situação inópia. Penso muito naqueles que pregam a palavra de Deus e que inflingindo castigos e usando o sagrado nome do Altíssimo, exploram através da crença, do medo e da benevolência dos mais humildes a sua própria subsistência e acumulam riquezas, ostentam palácios e freqüentam os melhores restaurantes e viagens ao exterior em nome do Pai. Tudo o que Ele não queria que acontecesse...que tomassem seu santo nome em vão... que os seres humanos, seus filhos, fizessem uso de seu sacrifício para levar vantagem a seu bel prazer... que os direitos individuais se sobrepusessem sobre os direitos coletivos...e que todos os pavores se alastrassem, desde a simples intenção de acolher alguém em casa, confiar nas pessoas ou até mesmo em repassar ou abrir um simples e-mail.

Modismos & Estilos Próprios

Sempre tive a convicta opinião de que a moda é a gente que faz. Cultivo esse pensamento desde a mais tenra idade, como quando usava alguns panos sobrepostos às vestes e "batia" o guarda-roupas de minha mãe. Ia para a escola e no outro dia, sempre havia quem aderisse às minhas idéias extravagantes; quando dava por si, sempre observava que havia seguidoras, adeptas do que viam, sem saber ao certo se aquilo realmente era in ou out. O que importa é dizer que não estava nem um pouco preocupada se estava ditando alguma moda ou não, mas realmente interessada em me sentir bem e dar asas à imaginação (aquela necessidade louca de criar algo diferente).
Já me interessei por moda. Não necessariamente pelo que via, mas por aquilo que imaginava. Até fiz esboços de croquis, mas confesso que meu estilo de desenho estava mais para mangá. Essa era a minha visão sobre moda. Queria usar aquilo que ninguém mais usava. Pouco me importava se alguém com uma visão mais rigorosa (ou apurada) em relação à moda achasse aquilo esquisito (Glória Kalil que me perdoe!), mas sempre gostei de vestir o que me fizesse sentir bem e bonita. Seria hipocrisia de minha parte se dissesse que nunca "babei" pelas bolsas Victor Hugo ou por sandálias da Arezzo. Sim, curvo-me ao design das peças, que me atrai quase que de forma magnética, mas juro que no momento em que vivo, trocaria sem pestanejar esse objeto de desejo a tiracolo ou de mão por uma útil bolsa plástica para carregar mamadeiras e fraldas descartáveis (sim, quero ser mãe), ou as glamourosas sandálias da Arezzo por um confortável par de chinelos ou pelo prazer de andar descalça em casa(salto alto o dia todo no trabalho cansa!). O importante é dizer que o hábito não faz o monge. Continuo a mesma mulher, com os mesmos desejos, pensamentos e neuras, independente do que estiver vestindo. E penso que assim, todos deveriam pensar... mas já fiz testes relacionados a idumentária e constatei o que já sabia: o tratamento varia de acordo não com o fato de você ser quem é, mas dependendo do que você veste!
Outra coisa: saias e vestidos no estilo balonê e sandálias no estilo gladiador podem até ser consideradas fashion no cenário da moda, mas deve-se respeitar a natureza do ser humano: não é legal que as gordinhas façam uso do vestido balonê e também acho estranho sandálias no estilo gladiador nos pés das baixinhas. Por favor, não entendam mal: cada um usa o que quer e o que gosta, essa é a minha bandeira e insisto nessa linha de pensamento: mas faço questão de dar minha opinião "dentro do meu quadrado". Pura e simplesmente minha liberdade de expressão. O que quero dizer é que respeito as diferenças, mas meu estilo "cheinha" e de baixa estatura não combinam com a ditadura da moda atual. Isso me reporta à adolescência, quando estava na fase de construção de identidade. Quando jovens, gostamos de andar em bando e pertencer a alguma tribo. Lembro que quem não usasse "all star" ou roupas e acessórios da "gang", não era filho de bom pai... então, lógico, que a preocupação era andar na moda, nem que pra isso, misturássemos a camiseta verde fosforescente com o tênis rosa pink (contanto que fossem de griffe). Isso é que dava status e indicava em que mundo você vivia! Hoje, observo mais é se a peça é coringa e de boa qualidade.
Não sou mais uma consumidora voraz (graças a Deus já superei essa fase!), até porque o salário de professora não me permite esses luxos. Mas tenho que admitir, que quando a peça me atrai, não me importo em pagar o preço se achar que a aquisição realmente vale a pena (leia-se ter o bom senso de saber se além de bonita, a peça é confortável e se adequa ao meu biotipo). Para mim, o que faz sentido no cenário da moda é sentir-se bem com o que veste... Ao menos, essa é a minha opinião... E viva as diferenças!

sábado, 10 de janeiro de 2009

Relembrando a fábula da Galinha Ruiva

Em um daqueles momentos informais, eu e uma amiga estávamos em um bate-papo, quando começamos a divagar sobre um fato acontecido e veio à tona uma fábula infantil, a "Fábula da Galinha Ruiva". Para quem não sabe, fábulas são historinhas infantis que trazem animais como personagens, vivendo situações típicas dos seres humanos. E essa, em especial, conta o seguinte episódio: "Um belo dia, a galinha ruiva achou um grãozinho de trigo e resolveu plantá-lo. Pediu a ajuda de outros animais - que considerava amigos seus - para executar o serviço, mas nenhum deles se habilitou a ajudá-la; ao contrário, todos estavam ocupados demais para ajudá-la ou alegaram qualquer desculpa para justificar sua indisponibilidade. Decidida a executar a tarefa, ela mesma plantou, colheu, debulhou e moeu os grãos e transformou-os em farinha, até amassar o pão e assá-lo. Depois de pronto, os outros animais farejaram o agradável aroma de pão recém tirado do forno e foram reivindicar suas fatias, ao que a galinha (que não era boba nem nada!) respondeu: - Fiz todo o processo sozinha e, agora, depois de pronto, vocês acham que merecem algo? Não darei nenhuma fatia, comerei o pão inteirinho sozinha!"
Para muitos, a história pode parecer um exemplo de egoísmo absoluto, mas penso que foi um exemplo de justiça e merecimento. Muitas vezes, pessoas que dão o máximo de si em suas tarefas abdicam de seu tempo livre para fazer aquilo que muitos acham chato e estafante ( o ônus que todo trabalho realizado com afinco produz). Se o resultado supera as expectativas, sempre aparece alguém querendo reivindicar sua fatia, julgando-se merecedor também. Quando as pessoas tomam para si o trabalho realizado por outros, é muito fácil tomar para si idéias, projetos e trabalhos que dependeram de sacrifícios, esforço, dedicação e experiência... Penso que uma sociedade se faz digna e justa quando reconhece o valor e empenho das pessoas que trabalham para fazer a diferença, não visando apenas o seu próprio bem estar, mas apresentando propostas relevantes que sejam benéficas aos demais. Além disso, os louros devem ser concedidos a quem de fato se empenha em fazer aquilo que ninguém mais faz, pois é muito fácil, como diz o adágio popular: "Depois de batizar-se a criança é que sempre aparecem os padrinhos".
Que essa reflexão possa nos fazer pensar mais sobre nossas atitudes e sobre o reconhecimento justo das pessoas que merecem.
Sejamos Gente, Seres Humanos de verdade, sem agir como os animais da fábula. Se quisermos reconhecimento, que façamos por merecer e deixemos a vaidade de lado e creditemos sucesso a quem de fato merece, da mesma forma que, quando auxiliados em alguma tarefa, sejamos justos ao ponto de reconhecer que juntos nos tornamos mais fortes e ofereçamos, gentilmente, 'uma fatia do pão'.
Minha amiga encerrou nossa conversa dizendo que resta o consolo de que enquanto se está sob a vista e se é copiado ou invejado, é sinal de que se está um passo à frente em relação às competências, o que significa servir de modelo para os outros, pois na verdade nada se cria, tudo se copia. E eu acrescentei: - não podemos deixar de creditar que a expressão mencionada é do cientista Antoine-Laurente Lavoisier: "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma" (definindo, assim, a famosa lei de conservação da matéria em relação às reações químicas) e que mais tarde foi adaptada por Chacrinha, irreverente apresentador de tv nos anos 80, quando ao avaliar a expressão da química, que nada se cria e tudo se transforma, dizia que na televisão nada se transforma, pois o intéprete (apresentador) é eterno na mente dos telespectadores. Isso significa que também ao fazer a análise (ou crítica) em relação ao comportamento de algumas pessoas que não possuem originalidade, também refletimos cuidadosamente sobre as palavras e expressões criadas por alguns e creditadas a outros. E ficamos com o mérito único e exclusivo do que fazemos, como também dividimos o que se cria em conjunto. E tenho dito!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Culto à Perfeição

Sempre fui avessa às perfeições. Não que deixasse de sonhar, no imaginário infantil, em dormir simples mortal e acordar no estilo boneca "Barbie": sim, perfeita na embalagem: rosto milimétricamente perfeito, cabelos longos, louros e sedosos e corpo escultural. Mas achava uma chatice parecer não ter conteúdo. Aliás, basta observar: vivemos em uma sociedade que valoriza muito mais o ter do que ser : vale mais ter dinheiro, status, beleza exterior. E quanto ao ser? É privilégio de poucos. Poucos que se importam com o conteúdo.
Isso acontece desde os tempos mais remotos. Sim, dependendo da Era, sempre existiram estereótipos: durante o renascimento foi o estilo mais rechonchudo que se aproximava do ideal de beleza (quem dera voltássemos nessa época!). Símbolo de beleza e saúde estavam vinculados à gordura, indicativo de fartura, formas generosamente arredondadas (basta analisar as obras de Da Vinci, Michelangelo e outros mestres da arte renascentista, no apogeu do sèculo XVI). Anos mais tarde, foi a vez da Twiggy, renomada top model britânica, no estilo anoréxica, a fazer sucesso na década de 60 como símbolo de beleza, contrapondo-se a estilos mais voluptosos (até porque paralelo ao tecido adiposo, surgem doenças oportunistas como obesidade mórbida, hipertensão e outros males). E, finalmente, o padrão de beleza dos tempos atuais: a torturante imagem da gaúcha Gisele Bündchen, com tudo no lugar. Claro que acharia maravilhoso retocar algumas imperfeições estéticas para me sentir melhor. Não porque os padrões de estética ditam, mas porque como toda mulher, sempre acho que podemos melhorar um pouquinho...mas acima da vaidade feminina sobre a própria estética, ainda prefiro buscar aperfeiçoamento através dos estudos e da formação continuada. Isso sim o tempo não destrói, não deteriora nem pede retoques, apesar de que sempre teremos o compromisso de buscar mais aprimoramentos para não pararmos no tempo.
Ainda sou fã da boneca Barbie. Claro que já deixei de brincar há muito tempo, mas ela tem encantado gerações e é incrível o fascínio que consegue exercer sobre nós do sexo feminino! Mesmo assim, Barbies na vida real não existem. Ao menos original de fábrica, "in natura". Admiro muito mais o conteúdo do que a forma. E como todos sabem, boneca é brinquedo. Não tem opinião.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Salto Alto

Amo salto alto! Refiro-me especificamente ao sentido literal da palavra, sobretudo aos scarpins, salto agulha. Acho que alongam nossa silhueta e são um toque a mais na produção, especialmente porque nos obrigam a manter o equilíbrio e permanecermos elegantes quando nos sustentamos sobre eles. No sentido conotativo, abomino quem sobe no salto para olhar os outros como seres inferiores. Torna-se ridículo. Não possui jogo de cintura para se sustentar e age como se fosse superior aos outros, quer seja por ocupação de cargo hierárquico, quer seja por possuir alguma especialização a mais em seu currículo. Isso não engrandece a essência das pessoas. Sem dúvidas, é uma conquista pessoal, mas não torna ninguém melhor ou pior.
O que nos torna superiores ou inferiores é a maneira como tratamos nossos semelhantes. Olhar com desdém a quem pouco se conhece, subestimar suas competências e habilidades. Isso me faz lembrar de um email que recebi certa vez sobre uma ilustre personalidade que figura entre as mais ricas, poderosas e inteligentes do mundo: William Henry Gates, mais conhecido como Bill Gates - Dono da Microsoft - a mais conhecida empresa de software do mundo. Atualmente, pode se dar ao luxo de anunciar sua aposentadoria e retirou-se definitivamente da Microsoft para se dedicar inteiramente aos seus projectos filantrópicos. O texto que li sobre Gates, relatava uma de suas palestras pelas universidades... verídico ou não, seu conteúdo era muito interessante e, dentre as várias passagens, uma em particular me chamou a atenção; segundo o texto, Bill teria dito: "Trate muito bem aquele seu colega 'nerd'. Futuramente, há uma grande chance de você vir a trabalhar para ele."
Isso me faz pensar sobre a opinião auto-descritiva, pois segundo sua biografia, ele mesmo era tratado por um rótulo assim, entretanto, deu a volta por cima e um 'tapa-de-luva-de-pelica' a quem subestimava sua capacidade. O que torna sua personalidade fascinante, é o fato de ele não se julgar acima do bem ou do mal - é um ser humano como outro qualquer, que não deixou a fama e a fortuna subirem para a cabeça, e manteve-se - como diria a equipe do Programa Pânico na TV - calçando as sandálias da humildade.
Apesar de amar o salto agulha dos scarpins, também sou adepta das chamadas "rasteirinhas". São confortáveis e nos deixam mais à vontade, sugerindo um visual mais despojado. Tudo depende da ocasião. No contexto figurado, vejo as rasteririnhas como as chamadas sandálias da humildade, embora o nome pareça irônico - passar a "rasteira" é coisa de gente incompetente e mau caráter. A vida, por si só já nos obriga a manter o equilíbrio sem scarpins, sandálias, rasteirinhas ou até mesmo chinelos havaianas. Não é o hábito que faz o monge, como também não é a titulação acadêmica ou o cargo hierárquico que avaliam nossas competências. A verdadeira habilidade está em saber se equilibrar na corda bamba dos desafios e sobreviver às articulações políticas. podemos perder ou ganhar - e devemos estar preparados para tudo - mas não podemos perder nossa dignidade. Nesses casos, o salto alto é altamente recomendável - Perca ou ganhe - mas mantenha-se equilibrado e altivo!

Castigo ou Oportunidade...

Nada na vida acontece por acaso... Acrescentaria aí: nada vem de graça, tudo o que acontece sempre vem acompanhado de uma boa dose de esforço, dedicação e vontade de vencer. Comigo, pelo menos, sempre foi assim: lutas, muitas lutas. Na maioria das vezes, sozinha. Estar só não significa necessariamente não possuir aliados, mas sim entender que há certas coisas que só mesmo quem sente na pele pode resolver. É o chamado peso da responsabilidade. O que muitos chamam de castigo, eu chamo de oportunidade. É incrível como sempre temos que provar o quanto somos capazes - a diferença está em "provar para quem". Prefiro provar a mim mesma. Nunca fui de subestimar a capacidade dos outros, então já não me surpreendo mais tanto com o fator inesperado. Nem mesmo em tudo o que faço. Um bom exemplo disso foi durante uma festa surpresa, que amigos queridos fizeram certa vez, em razão de meu aniversário. Lembro perfeitamente que uma pessoa muito próxima, de minhas relações, se aproximou e sussurrou ao ouvido: "-Você é blasée." Para quem não sabe, esse adjetivo tem várias conotações. Creio que a pessoa quis se referir a uma certa indiferença que pensou que partia de mim. Nada disso. Estava adorando a situação. Sentir-me rodeada de amigos, vê-los confraternizando felizes, envolvidos por minha causa, dispensando parte de seu tempo para dedicá-lo a mim... Isso não tem preço e nem cabem rótulos nestas situações. Muitas vezes, prefiro me colocar como mera expectadora das situações, inclusive em relação a mim mesma. Uma espécie de viagem ao próprio interior, meu universo pessoal. Dentre as várias acepções que a palavra "blasé" pode ter, a que mais se aproxima da minha realidade é a de ser uma pessoa tranquila em relação à opinião dos outros - observar sem me envolver ou mudar meu modo de ver as coisas. Certa vez, em conversa informal com uma amiga psicóloga, ela me disse, sem querer bancar a analista, mas com aquela permissidade que concedemos só a quem é muito amigo, que conhecia pessoas da mais diversas camadas sociais, dos 7 aos 70, e que em mim ela via claramente alguém que sabia quem era, ciente de minha identidade pessoal, com propósitos definidos na vida. Realmente, quando sabemos quem somos e o que queremos, a opinião alheia deixa de ser um peso. Isso não significa ser auto-suficiente ao ponto de julgar-se absoluto ou dono da verdade. Acima de tudo, significa ser de fato quem é, sem se deixar abater por opiniões depreciativas por parte de pessoas que preferem tomar conta da vida alheia em vez de se preocuparem com seu próprio crescimento. A vida é feita de escolhas, e podemos optar por nos tornarmos melhores e seguir em frente, ou parar no meio do caminho e nos frustrarmos quando as coisas acontecem mais rapidamente para alguns e tardiamente para outros. Eu, particularmente, comemoro as conquistas dos meus amigos como se elas fossem minhas. Adoro ver a prosperidade dos outros. Conseqüentemente, esses fatos nos movem a acompanhar o ritmo dos nossos afins, certos de que também somos capazes, dentro de nossas áreas de atuação. Jamais questiono a capacidade dos outros, uma vez que eles possam não ter as mesmas habilidades que possuo, mas possuem dons específicos, o que nos faz crescer juntos na medida em que amadurecemos. Acho maravilhoso poder ser útil, e muitas vezes abro mão do meu descanso ou de interesses pessoais em razão dos que me são caros e necessitam de algo que eu possa oferecer. Até porque, sempre soube ser grata a quem me estende a mão. Acho desprezível o tipo de atitude de tratar as pessoas como objetos descartáveis. Já vi um pouco de tudo na vida, e é claro que ainda tenho muitas novidades pelo caminho, mas confesso que já não me surpreendo tanto. É meu lado blasé gritando. Castigo ou oportunidade? Tudo depende do modo como se encara a vida. Meu otimismo leva a crer em oportunidades, e à elas me agarro e faço meu destino!

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Inveja - A arma dos incompetentes

A Frase até parece tirada daquelas filosofias expostas em párachoques de caminhão, mas tem fundamento; a reflexão de hoje é sobre um sentimento feio e negativo, que só destrói a quem o alimenta: a inveja! Ui! "Pé-de-pato/bangalô/três vezes"! Enfim, o que me chama a atenção é o que está implícito por trás de um sentimento como esse: quem realmente se diz amigo sente inveja? A inveja traz algum benefício? A língua maldita de quem não é competente o suficiente para se estabelecer, influencia no pensamento dos outros? Em busca da compreensão dessa fraqueza humana, vêm as respostas, talvez não as que se espere, mas o mais próximo do que se pode sentir e entender: quem é amigo de verdade, não sente inveja, mas sim admiração pela conquista do outro. Amigo de verdade comemora as vitórias e se condolece com as derrotas. Amizade verdadeira torce pelo bem do outro! Quanto ao benefício? Duvido muito que a pessoa que segure a inveja dentre seus traços de personalidade se dê bem na vida: enquanto ela amaldiçoa o êxito do outro - provável alvo de seu desejo -(querer estar no seu lugar), ela fica para trás, tal como diz o dito popular: "Enquanto falam nas costas, é sinal de que se está à frente". Quanto às intrigas e comentários maledicentes: tudo um dia se volta contra quem faz uso de vil recurso. Sim, pois só mesmo quem não tenha personalidade suficientemente forte para formar opiniões é que se deixa induzir por comentários carregados de fel de quem não pode ver ninguém feliz. Lugar ao Sol? Todos têm o mesmo direito, embora alguns façam a diferença e outros busquem se beneficiar, esperando que os outros façam o trabalho pesado e deixem para que alguém, que se considera esperto, levem os louros. Triste caminho... Escolha errada! O pior é quando se deseja o bem de alguém que se considera amigo e, na verdade, dá uma facada pelas costas... Tudo se volta contra aqueles que buscam subir às custas da exposição vexatória de alguém que se elege como vítima... Vulgar, baixo, amargo é tentar puxar o tapete dos outros quando não se consegue o que é do outro! triste pretensão achar que é melhor do que os outros e deixar que interesses individuais se sobreponham aos interesses coletivos... Triste você dedicar amizade ou abdicar de seu tempo livre em prol dos outros e, na primeira oportunidade, perceber que seu esforço foi em vão, não valorizado e, acima de tudo, ironizado. Sejamos humanos e saibamos admitir as conquistas dos outros e lembrarmos de que se o telhado do vizinho é de vidro, o meu também é frágil. Onipotente, na minha opinião, só Deus. Ele sim, pode tudo! Busquemos valorizar nossas conquistas e torcer pelos outros, pois quando alimentamos sentimentos negativos dentro de nós, estamos na verdade nos envenenando e desejando que o outro morra. Transpõe-se um obstáculo do caminho, e logo adiante surge outro - o que se ganhou? Busquemos ser melhores naquilo que sabemos, fazer bem nossa parte e deixar que os outros também prosperem. Não usemos como munição inútil sentimentos levianos que em nada nos acrescentam. Filtremos o que de fato vale a pena e descartemos o que nada acrescenta para nosso crescimento aqui na Terra, pois enquanto desejarmos o mal dos outros, quem fica lá atrás somos nós... Sejamos maiores, superiores e competentes! Só assim, poderemos nos estabelecer!!!