quinta-feira, 12 de março de 2009

Demarcando território

Sempre achei graça da maneira como os animais demarcam seu território. Ao fazer "xixi" em determinados locais, estão dando um aviso que poderia ser entendido da seguinte maneira: "Esse é o meu 'quadrado'. Respeite".
Não pude deixar de estabelecer uma comparação com a imposição dos seres humanos em relação ao seu espaço. É claro que ninguém é louco de sair por aí urinando para sinalizar o seu lugar e o limite que se impõe aos outros quanto a manter distância do que é seu por direito. Digamos que também não é necessário "morder" quem ameace ousar atravessar o seu caminho. Muitas vezes o recado é sutil, mas não obstante, possa evoluir para uma advertência mais firme em relação ao respeito hierárquico existente, quer seja no núcleo familiar ou em nosso local de trabalho e, porque não dizer, no próprio contexto social.
Desse modo, tentei entender a delimitação de espaço em relação à política. Enquanto assistia passivamente de braços cruzados, "o circo pegar fogo" - literalmente - era muito cômodo. Para mim e para a maioria dos cidadãos, que pagam seus impostos que alimentam a máquina administrativa - que é eleita pelo processo democrático - representada significativamente pelo povo leigo em relação ao mesmo questionamento que me faço. De quatro em quatro anos, pinta-se um cenário com cores representativas de partidos políticos de situação que estão no poder, num gesto claro de demarcação territorial. Pior: usando o bem público para auto-promoção. E muitos não observam esses detalhes tão significativos de mensagem implícita.
Também gostaria de entender em que critérios consiste a corrida política e a provável derrota diante das urnas. Sim, é óbvio que é por poder e dinheiro, mas tudo isso é realmente maior do que os direitos coletivos? O processo eleitoral é uma das poucas participações do povo. E a escolha dos REPRESENTANTES DESSE POVO repercute na mudança estrutural de um mecanismo administrativo, quer seja a nível municipal, estadual ou federal. Por isso, urge a consciência do voto. E a cobrança por promessas feitas, que não podem ser lançadas como palavras ao vento que se perde na imensidão desse mundão sem fronteiras (epa! Tem fronteiras, sim! Territórios! Desculpem, o veio poético me fez delirar).
Devemos apostar sim, naqueles que podem fazer a diferença. Se não confiamos em ninguém, então façamos nossa parte nos candidatando - isto é, se nos julgarmos aptos e competentes para tal função. E lutar. Muito, mas muito mesmo, em nome daqueles que se representa. Esqueça seus ideais individuais. Você corre o risco de ser eleito, mas não para representar seus interesses particulares, mas sim de uma grande massa que confiar seu voto a você. E esqueça de colocar posição partidária acima do que é melhor para sua comunidade ou população em geral. É melindre besta discordar de projetos que visem a melhoria de muitas coisas apenas por vaidade. Isso é politicagem. Afasta-se do padrão sério do real cenário político que se espera pintar com as cores da democracia. Sem alusão a partidos políticos, mesmo que você venha a representar algum deles.
Somente com uma visão mais humana e digna é que despertaremos a consciência própria e do próximo. Sem urinar ou morder como os animais, que não são dotados de racionalidade como os seres humanos para fazer valer sua posição. Basta apenas assumir seu papel e saber direitinho o que se deve - e não se deve - fazer!